Representantes da comunidade católica na Síria falam sobre a queda do governo de Assad e a esperança de um país livre e democrático
Da redação, com Vatican News
Nos últimos dias, o mundo assistiu com choque enquanto as forças rebeldes tomavam grandes áreas da Síria na velocidade da luz. No domingo, 8, os militantes anunciaram a captura de Damasco, oficialmente colocando um fim aos 53 anos de governo da família Assad.
O regime de Assad era frequentemente retratado como um defensor das minorias religiosas, e uma das maiores questões sobre a vitória rebelde tem sido, portanto, o que isso significa para os grupos minoritários da Síria — drusos, ismaelitas, cristãos, curdos e outros.
O dever da comunidade internacional
O Vatican News entrou em contato com o frade Bajhat Karakach, um frade franciscano que atua como pároco de rito latino em Aleppo, e perguntou por que muitos cristãos estão celebrando a queda do regime. “Como todos os sírios, os cristãos estavam completamente exaustos por viver sob o regime, em que não havia nenhum desenvolvimento, nenhum crescimento econômico. Não era viver, mas sim sobreviver”, frisou o padre Karakach.
O frade franciscano observou que os rebeldes, nos últimos anos, demonstraram tolerância crescente aos cristãos, incluindo a devolução de propriedades confiscadas. Depois que tomaram Aleppo e se mudaram para o sul, ele disse que estavam enviando “mensagens muito fortes de tolerância” a todos os grupos minoritários, incluindo cristãos.
Padre Karakach também enfatizou o dever da comunidade internacional de “fazer sua parte para estabilizar o país e ajudar os sírios a desenvolver uma nova constituição que respeite todos os direitos de todos”. “Esta é a nossa esperança”, disse o franciscano sírio, “mas teremos que ver como as coisas vão acabar”.