Ao participar de um congresso intitulado “Sobre a dignidade não se trata”, nesta manhã, em Roma, o secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, denunciou que a política imigratória de alguns países desenvolvidos incentiva muitas pessoas a buscarem "alternativas irregulares", como o tráfico de seres humanos.
No encontro promovido pela Associação Papa João XXIII, Dom Marchetto afirmou que o Vaticano aprecia os esforços empreendidos por vários setores para combater este tipo de crime, "um problema de múltiplos aspectos e um dos fenômenos mais vergonhosos da nossa época".
Dom Marchetto definiu o tráfico de pessoas como uma “tremenda ofensa à dignidade”. Para o secretário do Pontifício Conselho, a prática é um fenômeno favorecido por guerras, pobreza e degradação.
Há pouco mais de uma semana, a Itália passou a repatriar, ainda em alto-mar, imigrantes detidos ou socorridos em embarcações interceptadas na costa do país. Por meio de um acordo, os estrangeiros são mandados para a Líbia. Pelo menos 500 pessoas já foram mandadas de volta na semana passada.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) é contrário à medida, considerando que os estrangeiros têm o direito de pedir asilo político ao país, o que pode ser feito apenas ao tocar o solo italiano.
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