Cristãos “sentados” não veem a face de Deus, diz Papa

Francisco impulsionou fiéis a se colocarem em caminho para conhecer a face de Deus, pois esta é uma imagem que não pode ser encontrada em computadores ou enciclopédias

Da Redação, com Rádio Vaticano

Em homilia, Papa Francsico enfatiza necessidade do cristãos se colocarem em caminho para conhecer Deus / Foto: L'Osservatore Romano

Em homilia, Papa Francisco enfatiza necessidade do cristãos se colocarem em caminho para conhecer Deus / Foto: L’Osservatore Romano

Para encontrar Deus, é preciso arriscar e se colocar em caminho, porque um cristão “quieto” nunca poderá conhecer a face do Pai. Essa foi a reflexão proposta pelo Papa Francisco na homilia desta terça-feira, 10, na Casa Santa Marta.

Se um cristão quer conhecer a sua identidade, não pode ficar cômodo em uma poltrona folheando um livro, porque no mundo não há um catálogo que tenha a “imagem de Deus”. Nem ao menos se pode designar um Deus na comodidade, obedecendo a regras que nada têm a ver com Deus.

A leitura de Gênesis, que fala da criação do homem “à imagem de Deus”, sugeriu ao Papa uma meditação sobre o caminho certo e os muitos errados que se abrem diante de um cristão que quer conhecer a sua origem. A imagem de Deus, afirmou Francisco, se encontra certamente não no computador, não nas enciclopédias; para encontrá-la e entender a própria identidade é preciso colocar-se em caminho para conhecer a face de Deus.

“Quem não se coloca em caminho nunca conhecerá a imagem de Deus, nunca encontrará a face de Deus. Os cristãos sentados, os cristãos quietos não conhecerão a face de Deus: não O conhecem. Dizem: ‘Deus é assim, assim…’, mas não O conhecem. Os quietos. Para caminhar, é necessária aquela inquietude que o próprio Deus colocou no nosso coração e que te leva adiante para procurá-Lo”.

A “caricatura” de Deus

Francisco ressaltou que colocar-se em caminho significa arriscar, deixar que Deus ou a vida coloque a pessoa à prova. Assim fizeram, por exemplo, o profeta Elias, ou Jeremias, ou Jó. Mas há outro modo de estar parado e falsear a busca de Deus, o que Francisco destaca no episódio do Evangelho em que escribas e fariseus repreendem Jesus porque os seus discípulos comem sem terem lavado as mãos.

“No Evangelho, Jesus encontra gente que tem medo de se colocar em caminho e que se adapta com uma caricatura de Deus. É uma falsa identidade. Estes não inquietos silenciaram a inquietude do coração, pintam Deus com mandamentos e se esquecem de Deus”.

Quem se comporta deste modo, observou o Santo Padre, faz um caminho “entre vírgulas”, um caminho que não caminha, um caminho quieto.

“Que o Senhor nos dê a graça da coragem de nos colocarmos sempre em caminho, para procurar a face do Senhor, aquela face que um dia veremos, mas que aqui, na Terra, devemos procurar”.

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