As comunidades católicas de todo o mundo são convidadas, nesta Sexta-Feira Santa, a contribuírem para a chamada "Coleta em favor da Terra Santa", para responder às necessidades da Igreja na região. A pobreza, a guerra e a opressão já levaram milhares de católicos a abandonar a região.
Atenta a esta situação, a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) lançou várias iniciativas que procuram estancar o êxodo dos cristãos. Nos últimos 40 anos, a percentagem de cristãos na Terra Santa passou de 20% para 1,4% da população.
Estas comunidades são apanhadas no meio do fogo cruzado entre palestinos e judeus. A esta situação soma-se o isolamento em que ficaram muitos cristãos, produto da construção do "muro de segurança", na Cisjordânia, por parte do governo israelita, atualmente com 300 quilômetros de comprimento.
A insegurança que se vive na região faz com que cada vez menos turistas e peregrinos se desloquem à Terra Santa, o que atinge diretamente os cristãos, que na sua maioria vivem da venda de artesanato.
A Congregação para as Igrejas Orientais, da Santa Sé, enviou uma carta aos Bispos de todo o mundo, convidando as dioceses a ajudar estas comunidades cristãs, que vivem num clima de conflito quase permanente. Os cristãos são convidados a partilhar o fruto das suas renúncias quaresmais no tradicional peditório em favor dos Lugares Santos. A coleta de Sexta-feira Santa é, aliás, destinada a estas comunidades desde 1618 por explícita vontade dos Papas.
A Congregação para as Igrejas Orientais recomenda a tradicional Coleta "pro Terra Sancta". O prefeito do Dicastério, Cardeal Ignace Moussa Daoud, refere-se ao sofrimento das populações cristãs no local, afetada por uma grave crise política e econômica. A missiva recorda a "grave responsabilidade" da Igreja universal para com a "Igreja Mãe de Jerusalém" e "a absoluta e urgente necessidade de apoiar os irmãos e as irmãs daquela Terra de todos os modos possíveis, e, particularmente, invocando para eles a paz que vem do Alto".