Crise Migratória

Crise humanitária em Ceuta: bispos pedem proteção dos migrantes

Foto de um agente da Guarda Civil espanhola salvando do afogamento um bebê em Ceuta tornou-se o símbolo de mais este drama migratório

Da redação, com Vatican News

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Bebê é resgatado do mar ao chegar em Ceuta/Foto: Reprodução Reuters

Registra-se uma grave crise migratória em Ceuta, enclave espanhol a norte de Marrocos: desde a terça-feira, 18, de fato, cerca de 8 mil migrantes – muitos da África Subsaariana e 1.500 menores – conseguiram entrar em território ibérico, tentando depois chegar à Europa a nado ou por qualquer meio improvisado. A Espanha enviou tropas para patrulhar o enclave do norte da África. O país europeu disse que cerca de 5.600 migrantes já foram enviados de volta ao Marrocos.

No local, há confrontos entre as forças marroquinas e a Guarda Civil espanhola, que fez disparos de dissuasão e lançou bombas de fumaça. Diante de tais tensões, a Conferência Episcopal Ibérica (CEE), por meio do Departamento de Migração, divulgou uma nota expressando sua preocupação pelo desenrolar dos fatos.

Em particular, fazendo um apelo ao “valor supremo da vida e da dignidade humana”, a CEE recorda que “o desespero e o empobrecimento de muitas famílias e menores não podem e não devem ser usados por nenhum Estado para explorar as aspirações legítimas dessas pessoas para fins políticos”.

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Acolhida aos migrantes

Ademais, manifestando solidariedade com as Dioceses de Cádiz e Ceuta, e de Málaga e Melilla, pela “atenção e acolhida oferecida aos migrantes”, a CEE sublinha a importância de proteger os direitos dos próprios migrantes, “especialmente dos menores”, convidando a “manter uma atitude de convivência pacífica”, porque “a melhor política é aquela a serviço do bem comum”.

À referida nota fazem eco as palavras do arcebispo de Barcelona e presidente da CEE, cardeal Juan José Omella Omella, que em sua conta pessoal no Twitter, escreve: “Peço ao Senhor que ajude nossos líderes políticos para que encontrem uma solução para o grave problema que Ceuta está enfrentando. Que os irmãos e as irmãs mais vulneráveis não sejam os mais prejudicados”. “Desejo manifestar a minha solidariedade às Dioceses de Cádiz e Ceuta, Málaga e Melilha – conclui o purpurado – e também quero agradecer à Caritas, à Cruz Vermelha, às forças de segurança do Estado e a muitas outras entidades pela sua dedicação”.

Bebê salvo por agente

Uma imagem tornou-se o símbolo do drama humanitário vivido em Ceuta. Um agente do Grupo de Atividades Especiais Subaquáticas da Guarda Civil (GEAS) salva do afogamento um bebê de dois meses. O agente com a roupa de neoprene segura nas mãos envoltas em luvas de mergulho vermelhas o rosto da criança recém-retirada do mar com um boné azul claro e um macacão listrado rosa e branco. O agente, soube-se, chama-se Juan Francisco e está estacionado em Ceuta. O bebê foi imediatamente entregue à equipe de saúde e está bem.

A imagem foi divulgada pela própria Guarda Civil, que também divulgou fotos de dois outros agentes em sua conta no Twitter que salvam duas meninas das pedras, uma das quais é ajudada por um voluntário da Cruz Vermelha.

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