Ajuda à Igreja que Sofre

Crise de fé é uma catástrofe para o mundo, diz presidente da AIS

Para o novo presidente do conselho internacional da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), barão Johaness Von Herman Geissler, "a crise de fé é uma catástrofe no mundo inteiro".

“Precisamos trabalhar para reconquistar a fé na Europa e no mundo inteiro, mas temos que olhar quanta fé ainda existe. Em relação a isso, sou particularmente otimista e a AIS quer ajudar. Vejo que o trabalho principal desse obra deve ser pastoral e não tanto social, pois já existem outras tantas entidades que fazem isso, nosso empenho deve estar sob a evangelização”, destacou o presidente da AIS em sua primeira visita ao Brasil.

Uma das coisas que mais chamou a atenção do presidente da AIS nesta primeira visita ao país foi ver as igrejas cheias de jovens. “Vemos o sumiço da fé na Europa, essa geração nova que está quase sumindo da Igreja. Aqui no Brasil vejo a Igreja cheia de jovens, algo que não estava mais acostumado a ver”, disse Herman.

O presidente da AIS destacou que o trabalho da entidade na Europa está mais voltado para a evangelização dos jovens. “Hoje existe uma crise geral na Europa, mas no íntimo de cada um existe esta necessidade, a necessidade de Deus. Precisamos reconquistá-los”, afirmou.

Nomeado pelo Papa Bento XVI em abril deste ano, o novo presidente segue por todo mundo visitando os trabalhos assistidos pela AIS a fim de entender as necessidades dos beneficiados.

Nesta quarta-feira, 16, Herman se encontrou com o conselho da AIS no Brasil, que tem como presidente Frei Hans Stapel (da Ordem dos Frades Menores), fundador da Fazenda da Esperança.

Robson Siqueira – CN
Para Frei Hans Stapel o trabalho da AIS no Brasil deve estar mais voltando aos jovens

“A Fazenda da Esperança não é só um trabalho social, mas também um trabalho pastoral, algo que enche meu coração de alegria”, salientou  Herman.

Para Frei Hans, a AIS no Brasil tem um trabalho importante: mostrar à juventude que há um sentido para o qual vale a pena viver.

“Se muitos estão nas drogas ou numa vida sem sentido, egoísta, é porque não aprenderam amar. Por isso, estamos fazendo de tudo para evangelizar essa juventude”, destaca o frei.

A maior pobreza do Brasil é a pobreza moral, pobreza que está  nas famílias que sofrem, nos drogados e na violência, salienta o fundador da Fazenda da Esperança.

“A pobreza para mim está na falta de valores; se alguém não encontrou sentido na vida, que é amar, ele é pobre, pobre de Deus, pobre do amor, pobre de tudo. Países, como o Brasil, que estão em desenvolvimento vivem a ilusão de que serão ricos como aqueles da Europa e assim encontrarão a felicidade, mas a felicidade não está ali, está nos valores”, reforça.

Ajuda à Igreja que Sofre no mundo

Robson Siqueira – CN
O presidente da organização internacional AIS, Herman Geissler, pretende voltar ao Brasil para a JMJ 2013

O combate à fome e à perseguição religiosas ainda são dois grandes desafios para a AIS no mundo. O presidente do conselho internacional desta instituição destaca que, em países como Paquistão,  Iraque, Afeganistão e Líbia, os cristãos vivem ainda  uma situação incerta e precisam ser encorajados para que continuem em seus países.

“As pessoas que sofrem precisam de uma resposta. Não podemos aceitar o sofrimento do outro, precisamos responder a esse pedido de socorro”, enfatiza.

Contribuição da AIS Brasil para o mundo

Para Frei Hans, a maior dificuldade é despertar um espírito de solidariedade nos brasileiros, muitos tem mais do que realmente precisam e o desejo de aquisitar sempre mais dinheiro e bens é maior que aquele de ajudar o outro.

“Precisamos olhar para o mundo inteiro, muitos passam fome, são perseguidos, nem em todo lugar temos uma vida boa como aqui no Brasil, devemos ajudar. Deus foi muito generoso conosco, aqui tudo que se planta dá, temos tantas riquezas nesse país, que é quase nosso dever socorrer aqueles que tem fome e que são perseguidos”, enfatiza o frei.

Segundo ele, os brasileiros tendem a ajudar mais os projetos e campanhas que beneficiam outros brasileiros, mas é preciso ver também os países que sofrem pelas grande catástrofes.

“O mundo inteiro é uma casa e todos somos uma família, não podemos só pensar em nós!”, salienta Frei Hans.

 

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