Em seu discurso aos Reitores e Docentes da Universidade Européia
O desterro de Deus na vida dos homens e mulheres constitui a origem da crise da modernidade, considera Bento XVI.
O novo humanismo que nestes momentos está-se flagrando em plena crise da modernidade tem necessidade do cristianismo para encontrar um sentido, afirma Bento XVI. Mas para conseguir este objetivo, declara, deve-se levar em conta que o cristianismo não é um «mito», mas a revelação do rosto humano de Deus em Jesus Cristo, que é amor.
Esta foi a proposta que o Papa fez no sábado passado, ao receber cerca de dois mil participantes do encontro de reitores e professores das universidades da Europa sobre o tema "Um novo humanismo para a Europa". Entre os presentes se encontrava o cardeal Peter Erdõ, arcebispo de Esztergom-Budapeste e presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa.
O pontífice convidou seus hóspedes a perguntar-se qual é a natureza da contribuição que o cristianismo pode oferecer ao humanismo do futuro. A questão do homem e, portanto, da modernidade desafia a Igreja a buscar as maneiras eficazes de anunciar à cultura contemporânea o realismo da própria fé na obra salvífica de Cristo, afirmou.
O cristianismo não pode ser relegado ao mundo do mito ou da emoção, mas deve ser respeitado por seu anseio de dar luz sobre a verdade do homem, de ser capaz de transformar espiritualmente os homens e as mulheres e, portanto, de permitir-lhes realizar sua própria vocação em transcurso da história, indicou.
O bispo de Roma está certo de que se não conhecemos Deus, em Cristo e com Cristo, toda a realidade se transforma em um enigma indecifrável. Pois bem, o conhecimento não pode limitar-se nunca à esfera intelectual, declarou. «esta implica também uma renovada capacidade para ver a realidade sem preconceitos nem conceitos e deixar-se ‘entusiasmar’ pela realidade, cuja verdade pode descobrir-se unindo o amor à compreensão.
Só o Deus que tem um rosto humano, revelado em Jesus Cristo, pode impedir que limitemos a realidade precisamente quando esta exige níveis sempre novos e complexos de compreensão, sublinhou.
Neste contexto, Bento XVI reconheceu que a sociedade tem necessidade urgente do serviço à sabedoria que a comunidade universitária oferece.
Este serviço estende-se também aos aspectos práticos da orientação da pesquisa e da atividade à promoção da dignidade humana e da árdua tarefa de edificar a civilização do amor, concluiu.