Teve início nesta segunda-feira, 30, a nova edição do "Pátio dos Gentios" – um espaço de diálogo entre crentes e não-crentes, promovido pelo Pontifício Conselho para a Cultura. Desta vez, o encontro abordará o tema da máfia e do crime organizado.
O magistrado Giusto Sciacchitano, vice-fiscal nacional de combate à máfia, define o Pátio como “um sinal da cultura contra a degradação da delinquência”. “A máfia é um problema cultural, político, sociológico e econômico que afeta todo o mundo; é claro que ela tem que ser combatida por vias legais, mas também com a cultura, pois a máfia se baseia numa ‘incultura’”, explica Sciacchitano.
Em Palermo, o Pátio dos Gentios vai abordar dois valores fundamentais: a Justiça, entre moralidade e legalidade, e a Tradição multi-religiosa e multi-cultural. Estes dois fatores fazem da ilha mediterrânea uma “casa” de culturas que animam as margens do “Mar entre terras”: uma terra chamada hoje a desenvolver sua vocação natural ao diálogo entre religiões e civilizações.
A Sicília foi dominada durante séculos por vários povos diferentes. Em sua cultura e em seus sistemas jurídicos, os sicilianos “foram obrigados a dialogar”, e esse diálogo se transformou numa espécie de hábito.
Considerada como a “capital da máfia”, Palermo também foi reconhecida pela ONU como a capital do combate à máfia. Nesta cidade foi assinada a Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado.
Como reafirma Sciacchitano, este problema “não afeta só a Itália nem só a Sicília; mas realidades como o Extremo Oriente, a América do Sul, a Europa do Leste, a área dos países balcânicos, atravessados por rotas do tráfico de diversos grupos organizados”.
Para saber mais: http://www.cortiledeigentili.com.
A edição de Palermo, que se conclui nesta terça-feira, segue os “Pátios” de Bolonha, Paris, Bucareste, Florença, Roma e Tirana.