A ausência de Antônio Carlos Camilo, o “Careca do INSS”, levou a CPMI do INSS a convocar familiares de investigados. Careca é apontado como um dos articuladores do esquema de descontos ilegais em aposentadorias.
Reportagem de Francisco Coelho e Ersomar Ribeiro
A CPMI deve ouvir seis testemunhas na próxima quinta-feira. Os convocados têm ligação com os empresários Antônio Carlos Camilo, o Careca do INSS e Márcio Camisote. Devem depor na mesma sessão Tânia Carvalho, esposa do Careca, Romeu Carvalho, o filho, além dos sócios Rubens Oliveira e Milton Salvador. Também foram convocados a esposa de Márcio Camisote e o advogado dele, Nelson Williams.
A convocação foi definida em reunião da comissão após Antônio Carlos Antunes, o careca do INSS e Márcio Comizote faltarem ao depoimento. Uma decisão do ministro do STF, André Mendonça, garantiu o direito dos investigados a não serem obrigados a ir à sessão. O presidente da CPMI disse que vai recorrer.
“É uma resposta que a CPMI quer dar claramente à falta de seriedade do advogado da defesa de Antônio Carlos Camilo em relação ao acordo que foi feito conosco”, declarou o senador presidente da CPMI, Carlos Viana, do partido Podemos(MG).
Antônio Carlos e Márcio Camisote foram presos pela Polícia Federal e são apontados como principais operadores das fraudes. De acordo com as investigações, entidades ligadas a eles falsificavam assinaturas para autorizar descontos indevidos nos benefícios. O prejuízo pode chegar a R$ 6 bilhões de reais para aposentados e pensionistas.
“Nós estamos trabalhando de forma a ampliar o espectro investigativo. Os depoimentos são fundamentais porque esclarecem fatos que poderão encaminhar ou não a inocência de pessoas”, assegurou o deputado federal relator da CPMI, Alfredo Gaspar, do partido União (AL).