O Senado pode instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a situação financeira dos Correios. A empresa acumula um prejuízo estimado em cerca de três bilhões de reais, segundo dados do Ministério da Gestão e Inovação.
Reportagem de Francisco Coelho e Ersomar Ribeiro
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos foi criada há 362 anos e está presente nos 5.570 municípios brasileiros. Durante séculos, a estatal foi a principal responsável pelo serviço postal no país. Com o surgimento dos serviços de mensagens via internet e a instalação de empresas de entregas, os Correios vêm acumulando déficits orçamentários.
Em 2024, os Correios acumularam um prejuízo de três bilhões e duzentos milhões de reais. O resultado levantou a preocupação de funcionários, que temem atrasos no pagamento de salários, planos de saúde e recolhimento do FGTS. No Senado, um pedido de CPI para investigar a empresa já foi protocolado.
Não é a primeira vez que a estatal se torna alvo de investigação por parte dos parlamentares. Em 2005, a CPMI dos correios apurou suspeitas de desvios em contratos de publicidade, usados supostamente para pagar uma espécie de mensalidade a congressistas, em troca de apoio a projetos do governo. A comissão acabou revelando um dos maiores escândalos de corrupção do país: o mensalão. “O cenário é dramático, transportadoras terceirizadas responsáveis por sustentar a espinha dorsal da distribuição postal do Brasil, relataram mais de sessenta dias sem receber os pagamentos regulares, os Correios passaram a pagar parcialmente 5%, 10% ou até mesmo 1% dos valores devidos sem explicações formais, sem cronogramas de regularização, se qualquer nota oficial ou transparência por parte da presidência da empresa”, contou o
senador do PL/(SP), Astronauta Marcos Pontes.
Em vídeo publicado na internet, o presidente dos Correios respondeu às dúvidas dos empregados, negou irregulares e garantiu os pagamentos dos salários e benefícios. “As empregadas e empregados dos Correios são os maior ativo da empresa, fiquem tranquilos, o salário está garantido, esse é o nosso compromisso com cada um de vocês”, concluiu o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.