FOME E PANDEMIA

Covid-19: crianças africanas podem morrer de fome antes do final do ano

Relatório da Save the Children adverte que dezenas de milhares de crianças na África correm o risco de morrer de fome extrema devido às circunstâncias agravadas pela pandemia

Da redação, com Vatican News

O Diretor Regional da Save the Children, Ian Vale / Foto: Reprodução Youtube

Mesmo antes da pandemia, a ONG Save the Children já alertava que a África era uma das regiões com maior insegurança alimentar em todo o mundo; e se as tendências atuais continuarem, espera-se que seja o lar de mais da metade das pessoas com fome crônica do mundo.

Um relatório divulgado recentemente pela instituição de caridade internacional afirma que “perto de 67 mil crianças correm o risco de morrer de fome extrema na África Subsaariana antes do final do ano”.

A análise apresentada pela ONG indica uma taxa de 426 crianças com risco de morte diária se nenhuma medida for tomada em caráter urgente.

O relatório aponta que a insegurança alimentar foi agravada por uma série de fenômenos que acometeram partes do continente este ano: “desde inundações, enxames de gafanhotos e aumento dos preços dos alimentos a deslocamentos”.

O impacto da Covid-19, de acordo com a Save the Children, aumentou esses fatores, “incapacitando economias e destruindo meios de subsistência, tornando os alimentos e serviços de saúde inacessíveis ou indisponíveis”.

“Em 2030, estima-se que 433 milhões de pessoas estarão subnutridas em toda a África”, afirma o relatório.

A pandemia está exacerbando situações terríveis

Mesmo antes da pandemia, os efeitos da desnutrição severa ameaçavam minar a saúde, o crescimento e até mesmo as vidas de mais de 26 milhões de crianças ao longo de diversas partes da África.

O relatório também destaca a situação na África Ocidental e Central, onde “15,4 milhões de crianças menores de cinco anos sofrerão de desnutrição aguda grave este ano: um aumento de 20% em relação às estimativas preliminares”.

O Diretor Regional da Save the Children, Ian Vale, diz que a pandemia está devastando algumas das pessoas mais famintas do mundo, pois as medidas de prevenção do coronavírus “dizimaram os meios de subsistência e a produção agrícola, os empregos desapareceram e os alimentos estão se tornando cada vez mais caros”.

Apelo

Ian Vale faz um apelo por imediata assistência para salvar a vida das crianças antes que seja tarde demais.

Em um apelo com o objetivo de apoiar algumas das crianças mais carentes do mundo, a Save the Children lançou uma campanha de financiamento, enquanto responde à crise, fornecendo alimentos ou dinheiro para famílias vulneráveis, garantindo o acesso a água potável e limpa e mantendo a saúde e os serviços de nutrição de uma “forma segura contra o coronavírus”.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo