Tensão entre as Coreias

Coreia do Norte diz que não reagirá a exercício militar do Sul

A Coreia do Norte garantiu que não reagirá ao exercício militar sul-coreano desta segunda-feira, 20, perto da fronteira marítima em disputa pelos dois países.

A afirmação aliviou ainda mais a tensão na região, depois de a CNN anunciar que Pyongyang aceitou receber de volta inspetores internacionais às suas instalações nucleares.

O exercício sul-coreano deveria ter ocorrido no fim de semana, mas foi adiado devido ao mau tempo. Ele durou cerca de 90 minutos, com disparos quase constantes de artilharia, alguns próximos, outros distantes, que sacudiram os abrigos antiaéreos da ilha de Yeonpyeong.

"Não posso lhes dizer exatamente quantos foram disparados, alguns são distantes, alguns são barulhentos. O abrigo está chacoalhando e as pessoas aqui estão preocupadas, inclusive eu mesmo," disse uma testemunha da Reuters.

A Coreia do Norte havia ameaçado na semana passada reagir caso a Coreia do Sul fizesse atividades com munição real. Mas, horas depois do exercício, o comando militar norte-coreano disse que "não valia a pena reagir na mesma medida às provocações militares", segundo a agência estatal de notícias KCNA.

Yeonpyeong fica perto de uma área marítima disputada pelas duas Coreias. Em 23 de novembro, na última vez em que a Coreia do Sul testou munições lá, a Coreia do Norte reagiu bombardeando a ilha, o que causou a morte de dois civis e dois militares, no pior ataque contra o território sul-coreano desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53).

Em meio à tensão, houve também relatos de um possível avanço diplomático. Segundo a CNN, o negociador norte-americano Bill Richardson obteve concessões norte-coreanas a respeito da retomada das inspeções nucleares da ONU.

Em viagem não-oficial a Pyongyang, Richardson teria também convencido o regime comunista a negociar a venda de 12 mil cápsulas de combustível nuclear, que seriam enviadas ao exterior, possivelmente à Coreia do Sul, segundo o canal. Também ficou estabelecida a criação de uma comissão militar envolvendo EUA e as duas Coreias, além de um outro canal direto de contato entre os militares norte e sul-coreanos.

A chancelaria sul-coreana não comentou as informações.

A Coreia do Norte expulsou os inspetores nucleares em abril de 2009, rompendo um acordo anterior de desarmamento.

O exercício sul-coreano ocorreu também horas depois de uma reunião inconclusiva do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise entre as Coreias. Rússia e China resistem a aprovar uma condenação mais explícita a Pyongyang pelos ataques do mês passado.

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