Leão XIV enviou mensagem saudando as Igrejas do Sul Global, cujos representantes participam da COP30; no vídeo, o Pontífice reafirma o valor da Amazônia
Da Redação, com Vatican News

Foto: Reprodução Youtube Vatican News
Um dos legados da cúpula do Clima organizada pela ONU (COP30) para a cidade de Belém é o Museu das Amazônias. Nesta segunda-feira, 17, as Igrejas do Sul Global contribuíram com mais uma peça para o acervo: uma rede que acompanhou os trabalhos do Sínodo para a Amazônia, realizado em outubro de 2019, no Vaticano. A entrega da peça foi acompanhada por uma mensagem de vídeo do Papa Leão XIV.
Na mensagem, o Santo Padre saudou as Igrejas particulares do Sul Global e os cardeais que as representam (Dom Jaime Spengler, Dom Fridolin Ambongo e Dom Felipe Neri Ferrão) – presentes na COP30. Segundo o Papa, a Igreja segue “dizendo ao mundo com palavras e gestos que a Amazônia continua sendo um sinal vivo da criação com uma urgente necessidade de cuidado”.
Leão XIV reconheceu a escolha pela esperança e a ação frente à desesperação, em uma busca pela construção de uma comunidade global que trabalha em conjunto. Além disso, ressaltou que “tem se alcançado avanços, mas não suficientes”. Diante dessa situação, frisou que “a esperança e a determinação devem se renovar, não só com palavras e aspirações, mas também com ações concretas”.
Mudança climática não é algo distante
O Papa citou alguns dos clamores da criação: “enchentes, secas, tormentas e um calor implacável”. Uma situação que faz com que “uma em cada três pessoas viva em grande vulnerabilidade em consequência dessas mudanças”. Diante dessa realidade, o Pontífice alertou para o fato de que a mudança climática não é uma “ameaça distante”, por isso, ignorar essas pessoas é negar uma “humanidade compartilhada”.
“Ainda há tempo para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 °C”, disse o Santo Padre. No entanto, ele destacou que “a janela está se fechando”. Como custódios da criação de Deus, Leão XIV afirmou que todos são chamados a agir com rapidez, fé e profecia.
Acordo de Paris
O Acordo de Paris tem impulsionado um progresso real e continua sendo a ferramenta mais poderosa para proteger as pessoas e o planeta, destacou o Papa. Na sequência, ele pediu honestidade: “não é o Acordo que está falhando, senão nossa resposta”.
“O que está falhando é a vontade política de alguns. A verdadeira liderança implica serviço e apoio em uma escala que possa fazer a diferença. Ações climáticas mais contundentes criarão sistemas económicos mais sólidos e justos. Medidas políticas e climáticas firmes constroem uma inversão em um mundo mais justo e estável”, exortou.
Leão XIV voltou a enfatizar que junto com cientistas, lideranças e pastores de todas as nações e credos, a Igreja também é guardiã da criação, não rival por seus bens. “Enviemos juntos uma mensagem global clara: nações que permanecem unidas na firme solidariedade com o Acordo de Paris e a cooperação climática.”
Antes de pedir que Deus abençoasse a todos em seus esforços para cuidando da criação de Deus, o Papa pediu: “que este Museu Amazônico seja recordado como o espaço onde a humanidade escolheu a cooperação frente à divisão e a negação”.




