Resumo das intervenções

Consistório avalia situação dos cristãos no Oriente Médio

Reunidos com o Papa, cardeais e patriarcas destacam necessidade dos cristãos no Oriente terem seus direitos civis reconhecidos

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

O Vaticano divulgou um resumo das intervenções realizadas no Consistório desta segunda-feira, 20, sobre a situação no Oriente Médio. Em linhas gerais, a reunião destaca a necessidade urgente do Oriente Médio redefinir o seu futuro, em uma perspectiva de paz e reconhecimento dos direitos civis dos cristãos como qualquer outro cidadão.

Papa, cardeais e patriarcas do Oriente reunidos em Consistório na Sala do Sínodo / Foto: L'Osservatore Romano

Papa, cardeais e patriarcas do Oriente reunidos em Consistório na Sala do Sínodo / Foto: L’Osservatore Romano

Além do Papa, participam 86 pessoas, entre cardeais, patriarcas e superiores da Secretaria de Estado. Os patriarcas do Oriente descreveram situações e problemas principais das Igrejas em seus países: Iraque, Síria, Egito, Terra Santa, Jordânia, Líbano.

Em geral, as intervenções se articularam com base em alguns princípios: a exigência da paz e da reconciliação no Oriente Médio, a defesa da liberdade religiosa, o apoio às comunidades locais, a grande importância da educação para criar novas gerações capazes de dialogar entre elas e o papel da Comunidade Internacional.

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Com relação ao primeiro ponto, destacou-se que o Oriente Médio precisa com urgência redefinir o próprio futuro, da mesma forma que é preciso chegar a uma solução para os conflitos entre israeleneses-palestinos e na Síria. Uma vez mais, os presentes colocaram em evidência uma afirmação do Papa Francisco: “não se pode matar em nome de Deus”.

A liberdade religiosa foi confirmada como um direito fundamental, um valor para toda a humanidade. Nesse contexto, também foi destacada a necessidade de reconhecer os direitos civis dos cristãos como de qualquer outro cidadão, sobretudo nos países em que atualmente a religião não é separada do Estado.

Sobre o apoio às comunidades locais, foi defendida a presença dos cristãos no Oriente Médio, uma vez que a ausência deles seria uma grave perda já que eles têm papel fundamental para manter o equilíbrio da região e para o empenho no setor da educação.

“É essencial, então, encorajar os cristãos a fim de que permaneçam no Oriente Médio e perseverem em sua missão, mesmo porque esses sempre contribuíram para o bem-estar dos países onde vivem”, escreve-se no resumo da reunião. Nesta perspectiva, os presentes refletiram também sobre o problema da migração dos cristãos, destacando a necessidade deles encontrarem acolhimento nas Igrejas e nos Estados para onde vão.

Quanto à educação, fez-se uma observação sobre como, em muitos países da região, os livros escolares não falam de modo positivo das religiões diferentes daquela do Estado e como é necessária uma reflexão sobre este ponto por parte das instituições locais. Manifestou-se, então, o desejo de diálogo inter-religioso com os muçulmanos, a partir da base comum da razão.

À Comunidade Internacional, em particular, foi pedido para garantir aos refugiados cristãos a possibilidade de voltar o quanto antes para suas casas, realizando “áreas de segurança”. Por fim, os presentes fizeram um apelo por todos os sequestrados no Oriente Médio, a fim de que o mundo não se esqueça deles.

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