Comitê executivo do Conselho Mundial das Igrejas está reunido em Bossey, na Suíça
Da redação, com Vatican News
O Conselho Mundial das Igrejas (WCC/COE) apoia a luta pela proibição dos “robôs assassinos, robôs militares dotados de inteligência artificial capazes de identificar, selecionar e atacar objetivos sem nenhuma intervenção decisiva humana. Os países que assinaram a Convenção da ONU sobre armas convencionais (CCW) ainda não conseguiram chegar a um acordo sobre a proibição preventiva, apoiada pela Santa Sé, enquanto que vários países, entre os quais também a França e o Reino Unido, estão investindo grandes recursos financeiros neste setor.
Em uma nota o Comitê executivo do Conselho Mundial das Igrejas, reunido em Bossey na Suíça, declara-se “profundamente preocupado pelas implicações éticas, morais e legais do desenvolvimento e implementação dos Sistemas de armas letais autônomas”. A robotização e a desumanização da guerra, de fato, coloca sérios problemas quanto à responsabilidade direta do uso da força.
Armas decidem a vida e morte das pessoas
“Caso estas armas forem desenvolvidas para se tornarem completamente autônoma – adverte o Conselho – elas terão o poder de decidir a vida e a morte das pessoas. Todo e qualquer controle humano em tempo real seria eliminado, assim como a responsabilidade legal, ética e moral deste processo decisivo. Além disso, o desenvolvimento de tais armas, criaria o espectro de uma nova e desestabilizadora corrida armamentista robotizada”. A organização ecumênica evidencia também o risco concreto que, graças à utilização das tecnologias da Inteligência Artificial para determinação racial, as pessoas pertencentes a determinados grupos étnicos estariam mais expostas ao risco de serem atacadas pelos “robôs assassinos”.
Armas imorais
O sistema de armas autônomas letais (sigla em inglês Laws) são “particularmente imorais” – afirma ainda o Conselho – que propõe aos seus membros de unirem-se à Campanha “Stop killer robots”, nascida em 2012 com o objetivo de obter a sua proibição. Até agora aderiram 114 ONGs de 58 países, mas com poucas organizações confessionais. Também a Santa Sé interveio para solicitar um acordo internacional que proíba a sua produção e o seu uso.