ONU pede cessar-fogo

Conflitos deixam população sem água e luz em Aleppo, na Síria

ONU apela por trégua, necessária para a entrega de alimentos e suprimentos médicos e para que técnicos consertem redes de abastecimento

Reuters

A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo nesta terça-feira, 9, por um cessar-fogo urgente na dividida cidade síria de Aleppo, onde afirmou que dois milhões de pessoas carecem de água corrente limpa, o que represente um risco de doenças sobretudo para as crianças.

A trégua é necessária para a entrega de alimentos e suprimentos médicos e para que técnicos consertem redes elétricas que levam água às estações de bombeamento, seriamente danificadas durante ataques contra a infraestrutura civil na semana passada.

“A ONU está extremamente temerosa de que as consequências sejam terríveis para milhões de civis se as redes elétrica e de abastecimento de água não forem reparadas imediatamente”, disse a entidade em um comunicado.

O informe foi assinado por Yacoub El Hillo, coordenador-residente e humanitário da ONU para a Síria, e por Kevin Kennedy, coordenador regional e humanitário da ONU para a crise síria.

Estima-se que entre 250 e 275 mil pessoas estejam retidas no leste de Aleppo desde o fechamento da estrada de Castello no mês passado, a última rota de acesso remanescente para a parte da cidade controlada pela oposição, disse o comunicado.

Insurgentes conseguiram romper um cerco governamental de um mês de duração ao leste de Aleppo no sábado. Seu avanço cortou o principal corredor de suprimento do governo rumo à cidade a partir do sul, e criou a perspectiva de que o oeste de Aleppo, que está nas mãos do governo, possa por sua vez ser sitiado pelos insurgentes.

Isso elevou o número total de civis na cidade “sob temor concreto de sítio para dois milhões”, segundo a ONU.

O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, e o coordenador de Alívio de Emergência da organização, Stephen O’Brien, devem informar o Conselho de Segurança da ONU sobre a deterioração da situação em Aleppo ainda nesta terça-feira, 9.

As crianças pequenas estão especialmente vulneráveis à diarreia e outras doenças transmitidas pela água devido a uma onda de calor e ao consumo de água poluída, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

“Nas partes do leste de Aleppo, até 300 mil pessoas –mais de um terço delas são crianças– estão dependendo de água de poços que podem estar contaminados por matéria fecal e que não é própria para consumo”, disse o porta-voz do Unicef, Christophe Boulierac, em um briefing à imprensa.

O Unicef e outras agências de assistência estão levando água potável de emergência por caminhão a estimadas 325 mil pessoas no oeste de Aleppo todos os dias, acrescentou.

 

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