Francisco afirmou que é preciso ter uma grande adesão à verdade, mas também compreender os que estão em dificuldade
Da redação, com Rádio Vaticano
Na Missa desta sexta-feira, 20, o Papa Francisco afirmou que devemos ser compreensivos com os pecadores, mas nunca devemos negociar a verdade.
O Santo Padre sublinhou que Jesus supera a visão humana que quereria reduzir a visão de Deus a uma equação casuística. Presentes na Missa, na Capela Santa Marta, no Vaticano, oito casais com 50 anos de matrimônio e um com 25 anos.
O Evangelho do dia propõe uma leitura de São Marcos (cf. Mc 10, 1-12) na qual os fariseus procuram urdir uma armadilha a Jesus perguntando-lhe se era lícito um homem repudiar a própria mulher. A propósito desta passagem do Evangelho, Francisco define-a como sendo a “armadilha” da “casuística” feita por um “grupinho de teólogos iluminados” convencidos que detinham toda a sabedoria do Povo de Deus.
“Verdade nunca se vende”
Na resposta aos fariseus, continuou o Papa, Cristo responde com a verdade indo à plenitude da criação dizendo-lhes que Deus “homem e mulher os criou” ; “os dois serão uma só carne” e “não separe o homem o que Deus uniu”. Porque Jesus não negoceia a verdade”, afirmou o Papa.
O Santo Padre recordou também na sua homilia que Jesus não se limitou a declarar a verdade de Deus mas perguntou aos fariseus o que Moisés tinha estabelecido na lei. E quando os fariseus disseram que contra o adultério é lícito escrever um ato de repúdio, Cristo replica que aquela norma foi escrita devido à dureza dos seus corações.
Jesus distingue sempre entre verdade e debilidade humana e para tal existe “o perdão, a compreensão, o acompanhamento, a integração, o discernimento destes casos, mas a verdade nunca se vende!”, sublinhou o Papa.
Francisco referiu ainda que os fariseus se encontravam fechados na armadilha da equação do “pode-se?” ou “não se pode?”, e, portanto, incapazes quer de horizontes quer de amor para com a debilidade humana.
“Que Jesus nos ensine a ter com o coração uma grande adesão à verdade e também com o coração uma grande compreensão e acompanhamento a todos os nossos irmãos que estão em dificuldade” – disse o Papa Francisco no final da sua homilia.