Da Ásia à Europa, muitos países reprogramaram as comemorações pelo Ano Novo, e há apelos para que o dinheiro destinado para as celebrações seja revertido para os milhões atingidos pela série mortal de ondas na Ásia.
Na Suécia, a cidade de Lulea planeja uma procissão, e outras cidades nórdicas estão fazendo campanhas para abandonar os fogos de artifício e seguir o exemplo.
O ministro das Relações Exteriores alemão, Joschka Fischer, pediu aos cidadãos da Alemanha que doem parte dos cerca de 100 milhões de euros que normalmente seriam gastos em fogos de artifício, tradicionais no país. Em toda a Europa houve apelos semelhantes.
Na Europa, as celebrações vão ocorrer, mas elas devem ter um tom mais sóbrio. “Normalmente, nesta época, ficamos ansiosos pelos acontecimentos, pelas esperanças e pelos temores do Ano Novo. Neste momento, porém, nossos pensamentos estão voltados para o que acabou de acontecer na Ásia”, disse o premiê britânico, Tony Blair, em sua mensagem de Ano Novo.
O principal jornal da Noruega, o Aftonbladet, pediu aos leitores que comemorem com moderação, e a imprensa afirmou que o homem mais rico do país, o bilionário Kjell Inge Rokke, cancelou seu show de fogos de artifício.
No Portão de Brandemburgo, em Berlim, onde um milhão de pessoas costumam se reunir para receber o novo ano, as bandeiras estão a meio-pau. Os organizadores programaram um minuto de silêncio antes da contagem regressiva. Os dois maiores jornais da Itália vão doar 0,10 euro a cada edição vendida no Ano Novo. Em Hong Kong, os organizadores de um grande protesto antigoverno no dia 1o. de janeiro decidiram trocar a manifestação por uma campanha de arrecadação de fundos.
Na França, os jornais estão cheios de receitas para o fim do ano. Em muitos países asiáticos, as comemorações do Ano Novo foram totalmente canceladas. Na Indonésia autoridades pediram à população que suspenda as comemorações previstas para o Ano Novo.
O governo da cidade de Jacarta, a capital do arquipélago, já cancelou as tradicionais comemorações de Ano Novo na região norte da cidade, que recebe milhares de pessoas na data.
No Sirilanka, em Colombo será realizada hoje uma cerimônia religiosa especial para simbolizar a solidariedade entre todos os grupos étnico e reativar o compromisso de reconstruir as regiões devastadas pelo maremoto. A cerimônia terá a presença da presidente, que aproveitará a ocasião para fazer um discurso à nação, o líder da oposição, Ranil Wickremesinghe, líderes das diversas religiões seguidas pelos habitantes da ilha e representantes de grupos cívicos. No Sri Lanka, o dia 31 de dezembro foi declarado dia nacional de luto.
O primeiro-ministro da Tailândia também adiou uma festa com astros do tênis, “Tudo foi cancelado em respeito às vítimas. Nós reembolsamos todos os hóspedes e sugerimos que doem esse dinheiro a grupos de ajuda às vítimas”, declarou o gerente do Hilton, Osha de Silva.
O governo da Malásia também suspenderá todas as celebrações e atividades de entretenimento da última noite do ano em solidariedade às vítimas. O primeiro-ministro malaio, Abdullah Ahmad Badawi, disse à imprensa local que a jornada festiva será substituída por um “dia de oração para que o país não enfrente de novo um problema similar”.