A China fez o seu primeiro contato confirmado com rebeldes líbios, caracterizando a mais recente derrota diplomática de Muammar Gaddafi, e a França afirmou que está trabalhando com pessoas próximas ao governante para convencê-lo a deixar o poder.
O encontro no Qatar entre um líder diplomático chinês e o líder do Conselho Transicional Nacional, que pertence aos rebeldes, ocorre após uma série de deserções de importantes personalidades nesta semana, incluindo a autoridade petrolífera e ex-primeiro-ministro Shokri Ghanem.
Líderes rebeldes e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) classificam a saída de Gaddafi como uma condição para acertar um cessar-fogo, mas ele disse enfaticamente ao presidente sul-africano, Jacob Zuma, que visitou a Líbia nesta semana, que não deixará o país.
Nesta semana, a aliança militar comandada pela Otan estendeu sua missão para proteger civis na Líbia por mais 90 dias, e a França afirmou que está aumentando a pressão militar, além de trabalhar com pessoas próximas a Gaddafi para persuadi-lo a deixar o poder.
Agora já no quarto mês, o conflito líbio está imerso em um impasse, com rebeldes incapazes de sair de seus redutos e avançar em direção a Trípoli, onde Gaddafi aparentemente está entrincheirado.
Os rebeldes controlam o leste da Líbia, nas cercanias de Benghazi, onde o conselho rebelde tem sede, e uma região montanhosa que vai da cidade de Zintan, localizada 150 quilômetros ao sul de Trípoli, até a fronteira com a Tunísia.
Em Misrata, o líder rebelde Abdelsalam afirmou que houve conflitos em Dafniyah, a oeste da cidade.
"Começou às 10 horas da manhã, e as forças de Gaddafi estão bombardeando Dafniyah desde então, usando morteiros e foguetes mais pesados," afirmou.
Zlitan é a próxima cidade a oeste de Misrata, e uma das três que a separam de Trípoli. Um porta-voz rebelde no local, chamado Mabrouk, afirmou que a segurança na região é rígida.
Na Tunísia, uma autoridade da ONU (Organização das Nações Unidas) disse que os corpos de 150 refugiados africanos que fugiam dos conflitos da Líbia foram recuperados na costa tunisiana após as embarcações que os transportavam ilegalmente para a Europa terem passado por dificuldades.
Autoridades tunisianas resgataram 570 pessoas, mas muitas outras caíram na água quando o tumulto na tentativa das pessoas de saírem dos pequenos barcos pesqueiros, combinado com o efeito da maré, virou algumas embarcações, disse uma autoridade tunisiana. No total, 250 pessoas foram consideradas desaparecidas na quinta-feira, 2.