Fátima

Celebração nacional do Ano Paulino em Fátima

Milhares de pessoas desafiaram a chuva e marcaram presença neste domingo, 25, em Fátima, para a celebração nacional do Ano Paulino em Portugal. O Santuário recebeu fiéis vindos das diversas dioceses, paróquias, movimentos e outros grupos e comunidades cristãs, para dois dias de celebração, sendo o ponto alto a Eucaristia da manhã de domingo.

No início da celebração, o bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto salientou a importância desta peregrinação “não só no sentido de um caminho exterior, em direção aos lugares paulinos, mas sobretudo, do coração, com São Paulo até Jesus Cristo”. O bispo de Leiria-Fátima referiu que este é um momento de “peregrinação interior às fontes da fé e às origens do cristinanismo”, particularmente manifestada no convite dirigido “a um Bispo da Síria e da Igreja dos Caldeus” para presidir esta peregrinação.

Nas saudações que dirigiu aos presentes, Dom António Marto destacou a presença do novo Núncio Apostólico em Portugal, Dom Rino Passigato, que esteve oficialmente, pela primeira vez, no Santuário de Fátima.

Todas as dioceses de Portugal estavam representadas nesta peregrinação nacional convocada pela Conferência Episcopal Portuguesa, por ocasião do Ano Paulino, proclamado por Bento XVI. 25 Bispos e 200 padres concelebraram esta Missa presidida pelo Bispo de Alepo, Síria, Dom Antoine Audo.

Celebração Eucarística

A Missa foi presidida pelo bispo de Alepo para os Caldeus, Síria, Dom Antoine Audo, que tem se destacado pelo seu empenho no diálogo com o Islã, tendo referido na sua homilia a conversão de um jovem curdo de origem muçulmana:

“Jiwan, batizado com o nome de João Batista, com vinte anos, vivia num vazio total, na solidão que é o grande paradoxo da globalização. Ao ver que um cristão foi excluído da sua escola e catalogado como infiel, encontrou o rosto de Cristo ao ler o Evangelho e tornou-se, pouco a pouco, o bom samaritano deste cristão perseguido. Jiwan viveu uma experiência de conversão”, disse.

“De um jovem amargurado com a vida, sacudido pelos ventos dos fanatismos e dos medos, tornou-se um jovem atento aos outros, membro vivo de uma comunidade cristã, testemunha da graça que o transformou. Contudo, Jiwan usa o nome de João Batista, caminhando no seguimento de Cristo e chamando outros jovens a encontrar Jesus”, acrescentou.

Para o bispo sírio, “numa Europa cada vez mais secularizada e que exclui o próprio Cristo, a Igreja e os cristãos, devem se fixar na coragem deste jovem que, por causa da exclusão e do ódio, acaba por encontrar o amor de Jesus, amor de comunhão e de liberdade”.

Dom Audo declarou estar “muito agradecido aos meus irmãos bispos de Portugal, por me terem dado a oportunidade de estar hoje no meio de vós e de presidir esta Celebração Eucarística”.

“Assim quiseram, convidando um bispo da Síria e da Igreja dos Caldeus, expressar de um modo sensível, diria mesmo quase físico, a comunhão com as origens do cristianismo, que vive a Igreja presente em todo o mundo”, explicou.

São Paulo nasceu em Tarso, na Turquia, muito perto de Alepo, e a sua conversão, festa celebrada neste domingo, 25, aconteceu às portas de Damasco, capital da Síria.

“Nesta região tão provada do Oriente Médio, os cristãos vivem lado a lado com os muçulmanos, em diferentes países destruídos por guerras: Israel e Palestina. Iraque atingido por conflitos étnicos e religiosos e onde os cristãos, principalmente da Igreja dos Caldeus, estão ameaçados de desaparecer; enfim, o Líbano, assediado entre guerra e lutando pela paz”, elencou D. Audo.

Para Dom Antoine Audo, os cristãos do Oriente Médio “querem ler a experiência da conversão de São Paulo”, lembrou, que é, também, “um grito de esperança lançado a toda a Igreja”.

Aos peregrinos, o Bispo de Alepo exortou, também, para que se deixem “alcançar por esta graça de conversão”.

“Façamos um momento de reflexão e meditação para nos tornarmos contemporâneos dos nossos pais na fé”, apelou o prelado.

Cristãos de Portugal solidários com a Igreja da Síria

A exemplo da coleta feita por São Paulo para a Igreja de Jerusalém, as ofertas dos cristãos de Portugal, durante a Celebração Eucarística, foram entregues ao bispo sírio e serão repassadas à Conferência Episcopal da Síria.

Para além da oferta monetária, subiram ao altar inúmeras ofertas representativas da amizade e da generosidade dos portugueses com seus irmãos, os cristãos sírios.

Num longo cortejo, desde da Capelinha das Aparições, representantes das dioceses de Portugal levaram as ofertas até ao altar do Recinto de Oração e entregaram nas mãos de Dom Antoine Audo produtos regionais e artesanato, flores e frutos de várias regiões do país, além de quadros, tapeçarias, estandartes e documentos pastorais, oferecidos à Síria em sinal de comunhão e solidariedade cristã.

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