A Sua Excelência Mahmoud Ahmadinejad
Presidente da República Islâmica do Irã
Sr. Presidente,
estou escrevendo para agradecer as corteses palavras de cumprimentos e as reflexões que Sua Excelência carinhosamente enviou-me através de Sua Excelência Sr. Hojjat ol Eslam Haj Sayyed Mohammad Reza Mir Tajjadini, Vice-Presidente da República Islâmica do Irã.
É minha profunda convicção que o respeito pela dimensão transcendente da pessoa humana é uma condição indispensável para a construção de uma ordem social justa e uma paz estável. De fato, a relação com Deus é o fundamento último para a inalienável dignidade e caráter sagrado de toda a vida humana.
Quando a promoção da dignidade da pessoa humana é a inspiração principal da atividade social e política que está empenhada em procurar o bem comum, sólidos e duradouros fundamentos são criados para construir a paz e a harmonia entre os povos.
A paz é, acima de tudo, um dom de Deus, que é pedido na oração, mas é também resultado dos esforços das pessoas de boa vontade. Nessa perspectiva, crentes de toda a religião tem uma especial responsabilidade e podem desempenhar um papel decisivo, cooperando em iniciativas comuns. O diálogo inter-religioso e intercultural é um caminho fundamental para a paz.
Fortemente convencida disso, a recente Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, que aconteceu no Vaticano entre 10 e 24 de Outubro de 2010, foi um significativo momento de reflexão e partilha da situação no Oriente Médio e dos grandes desafios que se apresentam às comunidades católicas lá presentes. Em alguns países, essas comunidades enfrentam circunstâncias difíceis, discriminação e até mesmo violência e são privadas de liberdade para viver e professar publicamente a fé. Eu estou certo de que o trabalho do Sínodo produzirá bons frutos para a Igreja e para toda a sociedade.
Os católicos presentes no Irã e em torno do mundo esforçam-se para colaborar com seus concidadãos e contribuir leal e honestamente com o bem comum nas respectivas sociedade em que vivem, sendo construtores da paz e da reconciliação.
Nesse espírito, expresso a esperança de que as cordiais relações já felizmente existentes entre a Santa Sé e o Irã continuem a progredir, bem como aquelas da Igreja com as autoridades civis. Eu estou também convencido de que a criação de uma Comissão bilateral poderia ser especialmente útil para abordar questões de interesse comum, incluindo aquela do estado jurídico da Igreja Católica no país.
Com esses sentimentos, aproveito a ocasião para renovar, Sr. Presidente, as expressões de minha mais elevada consideração.
Dado no Vaticano, aos 3 de novembro de 2010.
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