Ao receber, neste sábado (09), no Vaticano, os bispos católicos da Conferência Episcopal da Região do Norte de Àfrica (Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia) – na conclusão da respectiva visita ad limina Apostolorum, Bento XVI recordou o Beato Carlos de Foucauld, que viveu no deserto do sul da Argélia, exortando os pastores e fiéis destas comunidades católicas a colocarem, como ele, no centro das suas vidas a Eucaristia e o testemunho de uma vida fraterna no meio das populações locais.
Como o viveu intensamente o Padre Carlos de Foucauld, que as vossas Igrejas diocesanas tiveram a alegria de ver beatificar, há alguns meses atrás, possa a Eucaristia estar no centro da vida das vossas comunidades. É com efeito na celebração deste grande mistério, como também na adoração eucarística – atos de encontro pessoal com o Senhor, que matura um verdadeiro e profundo acolhimento da missão que consiste em romper as barreiras entre o Senhor e nós, assim como as barreiras que nos separam uns dos outros.
Referindo a "grande diversidade" que caracteriza, atualmente, os membros das comunidades cristãs do Norte de África, em razão das suas diferentes origens e também da duração e motivos da sua presença no Magreb, o Papa congratulou-se com o fato de se poder assim transmitir uma "imagem da universalidade da Igreja, cuja mensagem evangélica se dirige a todas as nações".
Aludindo expressamente aos jovens cristãos da África sub-saariana que estudam nestes países do norte de Africa, o Papa exortou a uma atitude de solidariedade:
"Que o vigor e a autenticidade do testemunho eclesial dos fiéis das vossas dioceses, nas suas famílias, nos lugares de trabalho, de estudos ou de habitação, exigem que os Pastores estejam próximos das suas preocupações, fornecendo-lhes a necessária ajuda espiritual. Isso fá-los-á tomar consciência da significação eclesial da sua presença na sociedade, assumindo ao mesmo tempo as responsabilidades que lhes competem na comunidade.
Finalmente, uma referência ao diálogo inter-religioso. Bento XVI reafirmou a "imperativa necessidade de um autêntico diálogo entre as religiões e as culturas, capaz de nos ajudar a superar conjuntamente as tensões, num espírito de frutuosa colaboração". Congratulando-se com as iniciativas que vão tendo lugar neste sentido, observou o Papa, por outro lado:
"Partilhando a vida quotidiana, cristãos e muçulmanos podem encontrar a base essencial de um melhor conhecimento mútuo. Com uma participação fraterna nas alegrias e nas penas uns dos outros, nomeadamente nos momentos mais significativos da existência, assim como através de múltiplas colaborações nos domínios da saúde, da educação, da cultura, ou nos mais humildes serviços, vós manifestais uma autêntica solidariedade, que reforça os elos de confiança e de amizade entre as pessoas, as famílias e as comunidades".