A Cáritas Jerusalém, organização da Igreja Católica na Terra Santa, pede apoio internacional para as populações da Faixa de Gaza, onde nos últimos dias, 92 pessoas morreram devido à onda de violência entre israelitas e palestinos.
Em comunicado publicado na internet, a instituição solidária sublinha que o novo foco de conflito entre as duas nações, que começou quarta-feira com a morte de um líder do Hamas às mãos do exército de Israel, deixa os hospitais “superlotados de feridos” e sem condições para atenderem a todas as necessidades.
“São precisos mais médicos e aqueles que estão trabalhando debatem-se com uma grande falta de medicamentos”, adianta a Cáritas Jerusalém, que dá conta ainda da escassez de outros recursos, como “água potável, placas de plástico para reforçar as janelas das casas durante os bombardeamentos, fraldas e leite para bebês e crianças”.
Neste momento, a entidade católica está a canalizar todos os seus recursos no apoio às populações mais afetadas da região e, por razões de segurança, foi obrigada a suspender outros projetos.
Em causa estão iniciativas como “uma clinica móvel, um centro médico, um projeto de acompanhamento psicológico a crianças amputadas e suas mães, bem como atividades relacionadas com o tratamento de doenças crônicas”.
O conflito
Ahmed Jabari, comandante do braço armado do Hamas em Gaza, foi morto no dia 14 de novembro durante um ataque aéreo levado a cabo pelas forças militares israelitas, que bombardearam ainda diversos depósitos de armas, bases de treino e instalações de mísseis de longo alcance ligadas à organização palestina.
O Hamas respondeu com o lançamento de “rockets” contra alvos espalhados por Tel Avive e outras cidades de Israel.
As ações militares promovidas pelas duas forças militares já provocaram a morte de 92 pessoas, entre elas estão, 89 palestinos e três israelitas.
No último domingo registrou-se o dia mais violento do conflito, com cerca de 30 pessoas mortas devido aos raides aéreos israelitas, entre as quais cinco mulheres e nove crianças.
“Uma intervenção de emergência em Gaza só será possível quando as hostilidades cessarem e a fronteira for reaberta”, alerta a Cáritas, que teme a possibilidade de os combates passarem do ar para o solo.
Segundo o comunicado, “a escala e abrangência da resposta da Cáritas Jerusalém vai depender não só da duração e intensidade do conflito mas também da realização, ou não, de uma invasão terrestre por parte das forças israelitas”.
As autoridades israelitas decretaram estado de alerta máximo e não descartam a possibilidade de um ataque militar semelhante à invasão da Faixa de Gaza em dezembro de 2008.