Primaz da Polônia de 1948 até sua morte em Varsóvia, em 1981, Wyszyński sempre foi considerado santo pelos católicos poloneses
Da Redação, com Agências
A Igreja Católica na Polônia anunciou, em coletiva de imprensa, a beatificação do cardeal Stefan Wyszyński. A celebração será realizada em 7 de junho de 2020, em Varsóvia, capital polonesa. O rito será presidido pelo prefeito da congragação para a Causa dos Santos, o cardeal Angelo Becciu.
“Devemos nos preparar espiritualmente para esta beatificação. O rico material sobre o cardeal Stefan Wyszyński nos ajudará a conhecer, recordar e imitar este Servo de Deus”, afirmou o cardeal Kazimierz Nycz, arcebispo de Varsóvia, durante o encontro com os jornalistas
Primaz da Polônia de 1948 até sua morte em Varsóvia, em 1981, Wyszyński sempre foi considerado santo pela nação e também pai do pátria, da qual cuidou durante o nazismo e defendeu contra o comunismo. Uma verdadeira barreira contra a brutalidade anticristã dos dois totalitarismos.
São João Paulo II tinha grande estima pelo cardeal a quem considerava como um pai espiritual. Em 15 de dezembro de 2001, o Papa João Paulo II dedicou ao cardeal um discurso, reconhecendo o seu grande papel na Igreja da Polônia.
“A definição do Cardeal Stefan Wyszynski como grande Pastor é, habitualmente, associada à obra da preparação da Igreja na Polônia, para o ingresso no novo milênio do cristianismo. Portanto, quando falamos dele como homem de Estado, geralmente temos em mente a sua firme decisão em relação ao ateísmo comunista: graças a esta sua atitude a Igreja, em condições de dura provação, conseguiu manter a sua posição na Nação e a justa orientação do seu desenvolvimento interior”, ressaltou o Papa.
Famoso é o seu diário “Notas da prisão”, registro dos três anos de isolamento (1953-1956) aos quais foi submetido pelas autoridades polonesas. A prisão no meio da noite, a transferência para Rywald e seus pensamentos que repassam os últimos estágios da Igreja Polonesa e seu trabalho pessoal. Além de preservar a identidade da nação e a própria liberdade interior, ele trabalhou pela unidade dos bispos, do clero e dos fiéis leigos.
Em um dos trechos do diário, é memorável o registro sobre suas práticas de oração. “Hoje fiz a Via Sacra, escrevendo a lápis os nomes das Estações da Paixão do Senhor na parede e marcando-as com uma cruz”, escreveu o cardeal.
O Vaticano anunciou, no último dia 3 de outubro, a aprovação do milagre atribuído à intercessão do Cardeal Wyszynski. Trata-se da cura de uma jovem, de 19 anos, de câncer de tireoide, em 1989. Depois que a jovem recebeu o diagnóstico incurável, um grupo de religiosas polonesas rezou pedindo a intercessão do Cardeal Wyszyński.
Nascido no povoado de Zuzela, em 1901, local que na época fazia parte do Império Russo, Wyszynski faleceu vítima de um câncer abdominal em 1981, quinze dias após o atentado contra João Paulo II.