Segundo o cardeal, visita é uma forma de interpelar consciência dos europeus e da comunidade internacional sobre drama dos refugiados
Da Redação, com Rádio Vaticano
Aumenta a expectativa pela visita do Papa Francisco à ilha de Lesbos, na Grécia, neste sábado, 16, sinal concreto de proximidade aos migrantes e refugiados, cuja situação está cada vez mais dramática.
“A visita é também um gesto forte a fim de interpelar as consciências dos europeus e da comunidade internacional”, disse o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson.
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O cardeal explica que essa visita recorda, de certo modo, a visita a Lampedusa em julho de 2013, uma ilha que também recebe pessoas obrigadas a fugir de suas terras. A ida de Francisco a Lesbos, segundo o cardeal, é uma tentativa de chamar a atenção do mundo para a situação dessas pessoas e, ao mesmo tempo, para suas causas, a fim de interpelar a consciência global para que faça alguma coisa a fim de evitar tudo isso.
“Existe uma situação de violência e neste caso da parte do Estado Islâmico, mas primeiramente com a guerra na Síria. É necessário que haja paz, uma paz que não deve ser somente o futuro da diplomacia, mas que se baseie na amizade, no amor e na fraternidade a estas pessoas”.
A iniciativa de Francisco é também uma tentativa de vencer a indiferença que ele mesmo denuncia tantas vezes em seu pontificado. Cardeal Turkson chama a atenção para as causas dessa indiferença e para a situação de conflito nessas áreas, como na ilha grega.
“Para se chegar a uma solução a longo prazo, devemos fazer tudo aquilo que podemos para criar uma situação de paz nessa área. O Estado Islâmico parece potente, mas na realidade é sempre mantido por dinheiro, tem acesso ainda a dinheiro e armas etc. Estas coisas são sempre importadas, compradas. Por que não encerramos tudo isso? Por que não colocamos fim ao interesse de comprar petróleo a preço baixo? É necessário um pouco de compromisso que significa também sacrifício. Acredito que nesta visita a Lesbos todas as câmeras do mundo seguirão o Papa. O objetivo não deveria ser somente o de filmar as pessoas que sofrem, mas nos fazer pensar um pouco numa solução a longo prazo, válida para pôr fim a esta situação”.