Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura afirma que originalidade de Francisco está no modo como ele se comunica
Da redação, com Rádio Vaticano
O presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, considera que a originalidade do Papa Francisco está no modo com que ele se comunica, tanto com suas frases como no contato direto com as pessoas.
Dom Ravasi foi homenageado com a láurea ‘honoris causa’ na Faculdade de Teologia da Universidade de Bilbao, na Espanha. Aos jornalistas presentes, o cardeal disse que em uma sociedade na qual a comunicação é fundamental, Francisco a domina de três modos: com a simplicidade da linguagem, com o uso dos símbolos e imagens provocatórias e com o contato físico com o povo.
“Num mundo em que os políticos são vistos como uma casta, o Papa, ao contrário, tenta se aproximar. Com Bento XVI, as audiências duravam 40 minutos e a volta da praça, 10. Francisco fala dez minutos e passeia entre os fiéis durante uma hora, ouvindo-os”, disse o Cardeal italiano.
Em seu discurso ao receber a honorificência, Dom Ravasi defendeu o diálogo entre crentes e não-crentes e a aproximação entre ciência e religião.
Sua iniciativa mais conhecida é o “Pátio dos Gentios”, ‘fóruns’ de diálogo que visam que os ateus conheçam mais a cultura cristã, e que os católicos sejam menos rigorosos ao debater com a cultura laica, plural e pós-moderna atual.
“A Igreja esteve muito ‘fechada’, ‘não foi capaz de enfrentar temas candentes, desde a bioética à arte contemporânea’, e por isso, defendo um diálogo entre ciência e religião, sem medos nem isolamentos”, explicou.