Secretário de Estado do Vaticano respondeu perguntas de jornalistas antes de evento nesta sexta-feira, 22, e reiterou posição da Santa Sé diante dos conflitos
Da Redação, com Vatican News
O secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, comentou algumas das guerras em andamento no mundo. Nesta sexta-feira, 22, ele compareceu à cerimônia de apresentação de um livro e, antes do evento, respondeu às perguntas de alguns jornalistas.
Em relação à guerra na Ucrânia, o cardeal foi questionado se acredita ser este o pior momento do conflito que teve início em fevereiro de 2022. Parolin afirmou que não crê ter havido momentos melhores e sublinhou que “certamente esta situação atual, estes desenvolvimentos são muito, muito preocupantes, porque não se sabe onde poderiam levar”.
A Santa Sé, além da sua apreensão por uma possível escalada no conflito, manifesta a sua proximidade ao país “martirizado”, dando continuidade ao trabalho para a troca de prisioneiros e o retorno das crianças ucranianas levadas à força para a Rússia. O secretário vaticano reiterou que há um desejo de continuar com estas ações, reiterando que “sempre se trabalhou para além do bem desta iniciativa, mas também para preparar o terreno para negociações”.
Além disso, o cardeal expressou preocupação com o lançamento de mísseis de longo alcance pela Rússia e as ameaças do presidente Vladimir Putin de um conflito que poderia alastrar-se a uma escala global.
Conflitos no Oriente Médio
Parolin também foi questionado sobre os conflitos envolvendo Israel no Oriente Médio. Perguntado sobre a expedição pelo Tribunal Penal Internacional (popularmente conhecido como Tribunal de Haia) de uma ordem de prisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o secretário vaticano explicou que a Santa Sé “tomou nota do que aconteceu” e disse que o que “a nós preocupa e interessa é que a guerra termine logo”.
Quanto ao pedido do Papa Francisco por uma investigação de um possível genocídio em Gaza, o cardeal afirmou que o Pontífice apenas salientou “a posição da Santa Sé”, ou seja, que “estas coisas precisam ser estudadas, porque existem critérios técnicos para definir o conceito de genocídio”.
Por fim, Parolin foi questionado sobre o antissemitismo e recordou que “a posição da Santa Sé é clara” sobre o fenômeno: “Não há necessidade de fazer mais considerações”, pontuou, “sempre o condenamos e continuaremos a condená-lo, e tentaremos criar aquelas condições, no que nos diz respeito, para que possa haver verdadeiramente uma condenação séria e um combate sério a este fenômeno”.