O encontro da Repam debaterá questões como Encíclica , mudanças climáticas, identidade territorial, direitos humanos e bem-viver
Da redação, com Rádio Vaticano
Nesta segunda-feira, 16, em Bogotá, na Colômbia, inicia o encontro da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). Entre as questões em debate, estão a Encíclica Laudato Si, mudanças climáticas, identidade territorial, direitos humanos e bem-viver.
No primeiro dia, o presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Cardeal Rubén Salazar e Cláudio Hummes, o presidente da Repam e da Comissão Amazônica da CNBB, além de bispos e religiosos apresentarão o encontro.
Dom Hummes disse em entrevista que o primeiro objetivo desta reunião é continuar o processo de fundação da Repam.
“Nós tivemos alguns encontros no Brasil em que também estiveram presentes representantes de outros países que tem a região amazônica. Mas um encontro específico de fundação não tinha vindo ainda, então aqui continuamos esse processo de fundação, agora reunindo a todos.”
O cardeal afirma ainda que todos ali presentes, têm igualmente o direito e o dever de assumir ao Repam e de contribuir para discutir os objetivos e a natureza dessa rede. “É uma reuniao mais plenária. Finalmente estamos todos juntos”.
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O encontro continuará também com a discussão sobre a natureza da Repam e todos seus objetivos. “Para chegarmos a definir um pouco mais de que é um serviço, ela não é uma organização que decide coisas, que tem um comando e uma personalidade política própria. Nós reconhecemos sendo parte do CELAM”.
Para o próprio CELAM, isso é uma renovação – afirma Dom Hummes- porque constitui novos métodos de organizar a pastoral, a presença da Igreja, constitui novas dinâmicas e que pode também se repetir em outros tipos de redes. “O CELAM também se sente enriquecido com essa nova expressão da presença da Igreja aqui na América Latina”.
“A Repam não se resume aos bispos. Somos quatro membros fundadores propriamente, que é a CNBB do Brasil, com a Comissão Episcopal para a Amazônia. Aqui o departamento de justiça dos aspectos sociais do CELAM, onde de alguma forma surgiu o impulso maior de criação da rede.”
Importância dos índios
Ao falar sobre os índios, o cardeal observa que a Igreja não pode perdê-los de vista. “Os indígenas são uma questão muito específica, que vai além de muitas outras questões. Eles são as antigas populações. Deles foram tirado tudo. Sempre digo que os indígenas são os mais pobres dos pobres”.
Dom Hummes conclui dizendo que a sociedade e a Igreja tem uma dívida com os índios e que é preciso devolver a eles o direito de ser sujeitos de suas próprias histórias. “Temos que devolver aos índios o direito de ser sujeitos da sua historia, de ser protagonistas das suas próprias historias.”