"Os lugares santos devem ser o laboratório do diálogo inter-religioso" e "Jerusalém o símbolo da paz e do diálogo entre as grandes religiões". Esse é o desejo expresso pelo Secretário de Estado vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, que na última quinta-feira, 20, discursou durante a apresentação, nos Museus Vaticanos, do livro "Jerusalém e a Palestina". Nele o autor, Lorenzo Nigro, narra um itinerário na Terra Santa, através de fotografias de Mons. Salvatore Garofalo, biblista e estudioso de arqueologia cristã.
Durante o seu discurso, publicado pelo jornal vaticano L'Osservatore Romano, o cardeal Bertone explicou que "o destino dos cristãos nesta parte do mundo mudou ao longo do tempo, por causa de eventos políticos e acontecimentos muitas vezes marcados pelo sangue: situações que várias vezes modificaram a configuração étnica e religiosa das populações". O cardeal Bertone faz então votos de que esta Terra, e em particular Jerusalém, "tornem-se símbolo de paz e de diálogo".
Já o presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, cardeal Giovanni Lajolo, falou de "tríplice amor" por esta terra: amor por "aquelas populações, que há milênios têm ali a sua pátria espiritual, antes daquela política, e para com os "peregrinos que visitam aqueles lugares". Um segundo amor "pelos mesmos lugares onde há muitos anos o sangue de Cristo se mistura ao sangue de tantas vítimas inocentes". Enfim, o amor "por Jesus, símbolo do amor de Deus pelo homem".
