Segundo o porta-voz do Vaticano, a reforma é um trabalho “muito apreciável” por parte dos cardeais, a ser aplicado gradualmente
Da redação, com Rádio Vaticano
No encontro desta sexta-feira, 13, com os jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, tratou dos trabalhos em andamento no Consistório que acontece no Vaticano desde quinta-feira, 12, finalizando-se nesta sábado, 14, com a criação dos novos cardeais.
A reforma da Cúria foi o principal assunto e, segundo padre Lombardi, um trabalho “muito apreciável” por parte dos cardeais, a ser aplicado gradualmente, com a capacidade de expressar um profundo sentido de “comunhão” entre o centro e a periferia da Igreja, sem limitar-se a um mero “eficientismo”.
“Uma comunhão entre o coração da Igreja e as comunidades locais, não uma simples comunicação de ordem pragmática, voltada a fazer funcionar a máquina”, ressaltou.
A relação entre Vaticano e Conferências episcopais, afirmou padre Lombardi, é um dos pontos principais da reforma e essa expectativa se une à necessidade, ressaltada por várias partes, de que as responsabilidades até então de pertinência dos dicastérios vaticanos possam ser descentradas no sentido da “subsidiariedade”, conservando aquilo que já se dá de eficaz no seio das repartições da Santa Sé e mudando, quem sabe destinado a outros, aquilo que, ao invés, é possível melhorar.
De acordo com padre Lombardi, a reforma em andamento é longa e complexa e não necessariamente deve representar uma ruptura em relação à “Pastor bonus”, que contém “elementos muito positivos e importantes” que “não se devem perder”.
O padre observou ainda que o próprio percurso de renovação poderá ser feito “por partes”, referindo-se à preferência expressa por alguns dos cardeais:
“Um certo consenso sobre o fato que é positiva a possibilidade de uma aplicação, também gradual, quando há decisões ou medidas que parecem amadurecidas, que podem começar a ser aplicadas sem a necessidade de esperar a conclusão de toda a obra, que – como dizíamos – requer também um tempo prolongado”, disse o porta-voz do Vaticano.