Arcebispo mártir de El Salvador será canonizado junto com Paulo VI
Denise Claro
Da redação
Dom Oscar Romero será canonizado neste domingo, 14/ Foto: Reuters/ Jose-Cabezas
Neste domingo, 14, o Papa Francisco irá celebrar a canonização do Papa Paulo VI e do arcebispo mártir de El Salvador, Dom Oscar Romero.
O arcebispo de São Luís e vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Dom José Belisário da Silva comenta a expressividade de Dom Romero para o povo salvadorenho:
Dom José Belisário / Foto: Arquivo – CNBB
“A Igreja de El Salvador recebe esta canonização com muita alegria e satisfação. E o povo salvadorenho precisa disso, porque enfrentam muitas dificuldades, apesar de não viverem mais a guerra civil. Para todos os bispos salvadorenhos é uma alegria enorme também para todos nós da América Latina. Somos um continente de muita desigualdade social, onde há muita violência, e neste sentido essa canonização é muito significativa.”
Oscar Arnolfo Romero Galdámez nasceu em Ciudad Barrios, El Salvador, em 15 de agosto de 1917. Foi ordenado padre em 1942 e bispo em 1974, e nomeado arcebispo da capital do país, San Salvador, em fevereiro de 1977.
“Dom Romero, ao se tornar arcebispo, viu ser assassinado um grande amigo, e o país estava vivendo uma guerra civil. Dom Oscar Romero então começa a celebrar as missas todos os dias, que era transmitida pelo rádio. Em suas homilias, denunciava as injustiças sociais, e se tornou bastante conhecido”, conta Dom Belisário.
O arcebispo de San Salvador era conhecido como “a voz dos sem voz”, e vivia uma opção preferencial pelos pobres.
/ Foto: Reuters
“Dom Oscar Romero desde o princípio era um homem extremamente dedicado ao ministério sacerdotal. Um grande padre, que acolhia as pessoas muito bem. Era um homem de intensa vida interior, e os gestos de coragem dele denotam a grande santidade que ele tinha. O testemunho, a defesa dos inocentes e dos perseguidos o levou à honra dos altares.”
Dom Oscar Romero morreu assassinado, enquanto presidia a Santa Missa, no dia 24 de março de 1980, por um atirador de elite do exército de El Salvador.
Sobre a canonização neste domingo, Dom Belisário comenta a escolha de Paulo VI e do arcebispo salvadorenho:
“Dom Oscar Romero sempre foi muito próximo de Paulo VI, foi nomeado por ele e teve nele muito apoio. Mas há um outro motivo, talvez mais importante, das canonizações acontecerem juntas. Ele quer com esse gesto, mostrar essas duas grandes personalidades pós Concílio Vaticano II. A santidade da Igreja, num momento de uma Igreja que passava sérias dificuldades. Tenho impressão que essas duas canonizações juntas são de um símbolo muito significativo para nós.”
Entenda, no infográfico abaixo, como funciona um processo de canonização:
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