Eleições no Haiti

Candidato haitiano alerta para protestos e EUA cancelam vistos

O candidato presidencial haitiano Michel Martelly, que tem apoio dos Estados Unidos e da Organização das Nações Unidas (ONU) para disputar o segundo turno do pleito, disse na sexta-feira, 21, que convocará seus seguidores às ruas caso as autoridades eleitorais locais o mantenham excluído do processo.

Paralelamente, os EUA revogaram os vistos para alguns haitianos ligados à campanha do candidato governista Jude Celestin, que segundo a totalização oficial ficou em segundo lugar na votação e disputará o segundo turno em fevereiro contra a ex-primeira-dama Mirlande Manigat.

Um relatório de especialistas da Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou irregularidades na votação e disse que Martelly, um músico popular no país, deveria ser incluído no segundo turno, no lugar de Celestin.

Funcionários da ONU, dos EUA e da União Europeia têm alertado o presidente René Préval de que a recusa em aceitar a alteração pode causar ainda mais transtornos para o Haiti, o país mais pobre das Américas, devastado por um terremoto um ano atrás.

Martelly, cujos seguidores já protagonizaram protestos violentos quando do anúncio dos resultados preliminares, em dezembro, disse que "não negociará" nenhuma saída que o deixe de fora do segundo turno.

"Estamos dizendo que o conselho eleitoral tem de aplicar as recomendações dos especialistas (da OEA). Estamos preparados para lutar até o final", disse ele em entrevista coletiva.

"Se as recomendações não forem respeitadas, a população está preparada para tomar as ruas, e vamos acompanhá-la para defender seu voto."

Rádios haitianas disseram que nove haitianos vinculados à coalizão Inité, de Préval e Celestin, e à campanha presidencial do governista tiveram seus vistos de entrada nos EUA cancelados.

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