Celebrado em 14 de abril, o café está presente em milhões de casas brasileiras; o grão é importante no Brasil, que é o maior produtor no mundo
Fernanda Lima
Da Redação
Neste domingo, 14, comemora-se o Dia Mundial do Café, segunda bebida mais consumida no Brasil depois da água, segundo o estudo realizado pela plataforma CupomValido.com.br. Esse hábito tornou o país o segundo maior consumidor de café do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Além de consumidor, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), no mundo, entre outubro de 2021 e setembro de 2022, foram produzidas 170,83 milhões de sacas de 60 quilos do produto e consumidas 164,9 milhões de sacas. Em 2022, o Brasil exportou cerca de 2,2 milhões de toneladas, o equivalente a 39,4 milhões de sacas de café.
As primeiras mudas de café chegaram ao Brasil em 1727, porém apenas no século XIX que as plantações ganharam mais destaque econômico. Após os ciclos do pau-brasil, da cana-de-açúcar e do ouro, o ciclo do café, que vai até o século XX, representou a maior fonte de riqueza do país.
Benefícios para a saúde
O café é uma bebida rica em vitaminas e minerais, por isso, traz diversos benefícios para a saúde, podendo até mesmo melhorar o humor. É o que explica a nutricionista e mestre em ciências da nutrição pela USP, Natália Cristina Lima Rodrigues Alves de Vasconcellos.
“O café tem sido associado a vários benefícios para a saúde, incluindo um menor risco de doenças como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e até mesmo certos tipos de câncer. Além disso, pode melhorar a função cognitiva e aumentar os níveis de energia. Tanto o café como o descafeinado têm polifenois, que atuam como antioxidantes e reduzem os efeitos negativos do stress oxidativo e da inflamação nas nossas células. Além disso, o café em quantidade moderada pode ter benefícios neurológicos e atuar como antidepressivo e também melhorar o humor”, destacou.
Segundo Dra. Natália, a cafeína também pode contribuir com a memória. “Quando consumimos o café, um dos principais efeitos é a estimulação do sistema nervoso, o que pode aumentar o estado de alerta, melhorar a concentração e reduzir a fadiga mental”, comentou.
Alguns mitos sobre o consumo do café são muito presentes na população. Mas, afinal, o que realmente é verdadeiro? Dra. Natália comenta sobre essa realidade: “Alguns mitos comuns sobre o café incluem a crença de que ele é desidratante (na verdade, a cafeína tem um efeito diurético leve, mas não a ponto de causar desidratação significativa) e que pode causar osteoporose (embora a cafeína possa interferir na absorção de cálcio, o impacto geral na saúde óssea é mínimo). Verdades incluem o potencial de dependência da cafeína com o uso prolongado e excessivo, e a necessidade de moderação para evitar efeitos colaterais negativos”.
Bebida para todas as horas
O café pode ser consumido seja em casa ou lugares específicos como, por exemplo, as cafeterias. Zion Andrew Mendes atua como barista há quase quatro anos. Segundo ele, a paixão pelo café não foi imediata. “Eu não era uma pessoa que gostava de café antes de ser barista, pois não tinha costume e muito menos conhecimento para fazer e apreciar um bom café. Café é uma bebida que precisa apenas de um tempo para que você goste, se ainda não gosta é por que não experimentou o suficiente”, comentou.
Zion também relata sua experiência ao conviver diariamente com pessoas que frequentam a cafeteria em que trabalha. “O café acaba sendo, muitas das vezes, a bebida que irá acompanhar momentos de grande importância. E também, levando em consideração a cafeína presente na xícara, que tem o potencial de levantar qualquer um! Pessoas entram na cafeteria desesperadas atrás de um café, pois o dia delas não está rendendo pelo cansaço”, enfatizou.
Curiosidades sobre o café
Por trás dessa bebida especial, também existem algumas curiosidades. Zion cita algumas delas: “Uma das curiosidades mais interessantes sobre o café é que em uma xícara apenas, temos uma boa quantidade de anti-inflamatórios e antioxidantes, que fazem muito bem para seu corpo”, destacou.
“Outra curiosidade é que quanto ‘mais forte’ for o café, menos potencial de ter cafeína ele tem. Visto que a cafeína é extraída, também, pelo maior contato da água com o pó. Então para você que quer ‘acordar’ com uma xícara de café, quanto mais água, mais cafeína. Basta achar o equilíbrio entre a cafeína e o paladar do seu gosto pessoal”, concluiu.
O Brasil é o maior exportador de café do mundo, sendo assim, a geração de empregos na área da agropecuária nacional é super relevante para estados como Minas Gerais e Espírito Santo, que são grandes produtores. E essa geração de emprego anda de mãos dadas também com a receita gerada por esse mercado, com muitos cafés sendo comercializados em dólar para Europa, Ásia e Estados Unidos. Fazendo com que esse ramo faça parte de mais de 2% das exportações totais brasileiras, segundo a EMBRAPA.