Scalabriniana brasileira, Irmã Teresinha Santin relata o drama e a emoção de acolher os sobreviventes do naufrágio no Canal da Sicília
Da redação, com Rádio Vaticano
Nesta quarta-feira, 4, a guarda costeira italiana recuperou os corpos de 10 migrantes, vítimas do naufrágio no Canal da Sicília. Na embarcação, havia 439 pessoas. Ao chegarem ao porto siciliano de Augusta, os migrantes foram acolhidos pela scalabriniana brasileira Irmã Teresinha Santin e pela Irmã Gjerline Preçi.
No testemunho, Irmã Teresinha relata o drama e a emoção de acolher os sobreviventes e, sobretudo, os corpos dos náufragos. “Chegamos ao porto comercial junto com o navio. O comandante do porto permitiu a nossa entrada com acesso direto aos imigrantes no desembarque. Nós estávamos ali muito emocionadas.”
Ela conta que acolheu os imigrantes com uma saudação, entregando água e calçado e recebeu uma família que perdeu três crianças na chegada. “Não sabem se as crianças foram mortas, se caíram no mar ou se estavam em outro navio. Demos consolo, o abraço, sem dizer uma palavra, porque era impossível dizer qualquer coisa”, diz a irmã.
As religiosas não receberam somente os sobreviventes, mas acompanharam também o desembarque dos mortos. “Eram dez. O primeiro foi um menino, um jovenzinho. Nós acompanhamos, rezamos no caixão, e depois partimos, porque não podíamos estar ali”, conta.
A Irmã Teresinha conclui dizendo que sofreu com todas as vítimas e que agora estão articulando para encontrar o cemitério para onde foram levados os corpos, para estar com eles, e fazer acontecer este funeral em nome das famílias que não estão. “Seremos nós a família deles.”