País perdeu finais em seis modalidades, mas registrou feitos históricos e garantiu medalha no boxe com Beatriz Ferreira, que volta a lutar no sábado

Gabriel Fontana
Da Redação

A quarta-feira, 31 de julho, não vai deixar muitas boas lembranças para o Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024. O time brasileiro iniciou o dia apto a lutar por medalhas em sete provas de seis diferentes modalidades, mas não conseguiu conquistar nenhuma. Por outro lado, mesmo algumas derrotas carregam feitos históricos para o esporte nacional.

As disputas desta quarta-feira começaram bem cedinho, com o triatlo feminino. Djenyfer Arnold e Vittoria Lopes representaram o Brasil e ficaram na 20ª e 25ª posições, respectivamente. Entre os homens, Miguel Hidalgo terminou a prova na 10ª colocação, o melhor resultado de um brasileiro na modalidade. Manoel Messias também disputou a prova e acabou em 45º lugar.

Gustavo de Oliveira representou o país na final do ciclismo BMX freestyle. Ele terminou a disputa na 6ª colocação, após fazer 90.20 pontos em sua melhor volta. Apesar de não ter conseguido nenhuma medalha, sua apresentação foi histórica, pois esta foi a primeira vez que o Brasil participou da modalidade nas Olimpíadas.

Já a primeira brasileira a disputar a final dos 1500 metros livre na natação, Beatriz Dizotti, terminou a prova na 7ª posição. A vencedora foi a estadunidense Katie Ledecky, que concluiu a disputa com tempo de 15:30.02, quebrando o recorde olímpico – que pertencia a ela mesma, quando fez 15:25.35 nas Olimpíadas de Tóquio 2020.

Foi por pouco

Se alguns resultados foram históricos, outros foram um tanto traumatizantes. Após o 4º lugar na disputa da modalidade K1, Ana Sátila voltou a disputar uma medalha na canoagem slalom, desta vez na modalidade C1. Na semifinal, a brasileira fez o quinto melhor tempo, com um total de 109,88 segundos. Já na final, o tempo da canoísta foi de 112,70 segundos, deixando-a na 5ª posição.

O detalhe cruel é que, com o tempo da semifinal, ela teria conquistado a medalha de bronze, uma vez que a estadunidense Evy Leibfarth registrou a marca de 109,95 segundos. Ainda assim, Ana Sátila fez história, pois obteve o melhor desempenho do Brasil no C1 feminino. Além disso, ela segue disputando a modalidade em Paris na categoria caiaque cross.

Confira
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No judô, Rafael Macedo (categoria até 90 kg) lutou pela medalha de bronze, mas foi derrotado pelo francês Maxime-Gaël Ngayap Hambou, por acúmulo de penalizações. O brasileiro perdeu o combate a cinco segundos do fim, após quase aplicar um golpe no adversário, mas uma pegada por dentro da manga configurou uma falta, levando à sua terceira punição.

Macedo havia sido eliminado anteriormente nas quartas de final pelo espanhol Tristani Mosakhlishvili, mas tinha se habilitado a disputar o bronze após vencer Han Ju-yeop, da Coreia do Sul, na repescagem.

Diogo Soares foi o único brasileiro a participar da final individual masculina da ginástica artística. Sua melhor nota foi no salto sobre a mesa, quando alcançou 14.500 pontos. Nas rotações seguintes, passou por barras paralelas (13.733), barra fixa (13.733), solo (13.133), cavalo com alças (11.566) e argolas (12.033), encerrando sua participação na 23ª colocação, com um total de 78.698 pontos.

Medalha garantida

Se não deu para conquistar nenhuma medalha nesta quarta-feira, deu para garantir mais uma conquista. A boxeadora Beatriz Ferreira (-60 kg) venceu a holandesa Chelsey Heijnen e se classificou para as semifinais. Como no boxe não há repescagem nem disputa por terceiro lugar, a brasileira já garantiu minimamente o bronze.

Com o feito, Beatriz se tornou a primeira atleta de boxe do país a conquistar duas medalhas olímpicas – ela já havia ganhado o bronze na última edição dos Jogos. A boxeadora voltará ao ringue no sábado, 3 de agosto, para enfrentar sua algoz em Tóquio 2020, a irlandesa Kelllie Harrington. A brasileira busca a revanche, para, desta vez, ter a chance de disputar o ouro.

Outros resultados do dia

A seleção masculina de vôlei voltou à quadra e mais uma vez foi derrotada, desta vez para a Polônia. O Brasil até começou bem e passou duas vezes à frente dos poloneses no placar, mas perdeu a partida no tie break. A derrota complicou a situação da equipe, que enfrentará o Egito dependendo de resultados paralelos para se classificar.

Da quadra para o campo, a seleção feminina de futebol também perdeu mais uma partida. O Brasil foi superado pela Espanha pelo placar de 2 a 0 e ficou na 3ª posição do grupo C. Apesar da derrota, as brasileiras avançaram para as quartas de final, pegando uma das vagas de melhor terceiro colocado.

No torneio de duplas femininas do tênis, Beatriz Haddad Maia e Luisa Stefani foram superadas pelas britânicas Heather Watson e Katie Boulter por 2 sets a 0 e estão fora da competição. O Brasil encerrou sua participação na modalidade em Paris sem conquistar nenhuma medalha.

Ainda pela manhã, o boxeador Luiz Gabriel Oliveira foi eliminado pelo estadunidense Jahmal Harvey na categoria até 57 kg. A equipe brasileira teve uma vitória no vôlei de praia, Evandro e Arthur venceram a dupla canadense formada por Daniel Dearing e Sam Schachter por 2 sets a 0.

A quarta-feira também trouxe definições na categoria de skiff da vela masculina e feminina. Marco Grael e Gabriel Simões não tiveram bom desempenho e ficaram de fora da medal race, última regata que define os medalhistas da competição. Já a dupla bicampeã olímpica no Rio 2016 e em Tóquio 2020, Martine Grael e Kahena Kunze, até conseguiu se recuperar nas três últimas regatas e se classificar para a medal race, mas não terão chances matemáticas de subir ao pódio (a pontuação de todas as corridas disputadas é acumulada).

Quadro de medalhas

Neste momento, o Brasil ocupa a 30ª posição geral das Olimpíadas de Paris 2024, com quatro medalhas. As três primeiras foram conquistadas no domingo, 28 de julho, com os judocas Willian Lima, que ganhou prata, e Larissa Pimenta, que ficou com o bronze, e a skatista Rayssa Leal, que também conquistou bronze. Nessa terça-feira, 30, a equipe feminina de ginástica artística conquistou a primeira medalha de sua história, ficando com o bronze.

O quadro de medalhas passou a ser liderado pela China, com oito medalhas de ouro e 18 ao todo. Na sequência vem o Japão, com oito medalhas de ouro e 15 no total, e a França, com sete medalhas de ouro e 25 ao todo.

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