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Diálogo diplomático

Brasil não planeja mediar caso do Irã, diz chanceler

O Brasil não fará por enquanto novas tentativas de estabelecer uma mediação entre as potências mundiais e o Irã, mas continua considerando a diplomacia como a melhor forma de resolver o impasse que cerca o programa nuclear daquele país, disse o chanceler Antonio Patriota.

O novo ministro (no cargo desde a posse da presidente Dilma Rousseff, no começo do mês) questionou se as sanções impostas pela ONU, os EUA e a União Europeia estão tendo um impacto sobre o Irã, e se elas poderão levar a República Islâmica a abandonar suas atividades de enriquecimento de urânio.

"Sou a favor da diplomacia, do diálogo", disse Patriota à Reuters na noite de quarta-feira, durante uma visita a Bruxelas para discutir questões políticas e comerciais. "É questionável se [as sanções] estão produzindo um efeito desejável."

O Brasil tradicionalmente defende negociações em vez de sanções como forma de lidar com as preocupações ocidentais de que o Irã estaria desenvolvendo armas nucleares secretamente. O governo iraniano alega que seu programa nuclear se destina exclusivamente a fins pacíficos.

Junto com a Turquia, o Brasil mediou no ano passado um acordo pelo qual o Irã entregaria urânio não-enriquecido ao exterior, para em troca receber combustível para um reator de pesquisas médicas. Isso teoricamente eliminaria a necessidade de o Irã enriquecer urânio por conta própria – um processo que, dependendo do grau de pureza obtido, pode resultar em combustível para usinas nucleares, ou material para bombas atômicas.

Mas a proposta foi rejeitada pelas potências ocidentais, que a consideraram insuficiente. Dias depois, os EUA e seus aliados conseguiram aprovar novas sanções ao Irã no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. O Brasil irritou Washington por votar contra.

Patriota, de 56 anos, alertou que eventuais negociações poderiam ficar mais complicadas no futuro devido aos progressos já obtidos pelo Irã nas suas atividades nucleares. Mas ele disse que o Brasil iria se abster de novas iniciativas.

"Acho que seria um pouco cedo demais para realizarmos outra tentativa da mesma natureza que realizamos no ano passado", disse ele. "Mas estamos mantendo os canais abertos."

Analistas políticos sugerem que Patriota, ex-embaixador do Brasil em Washington, adotaria uma política externa menos agressiva do que seu antecessor, Celso Amorim, especialmente numa questão como a do Irã.

Os recentes esforços de seis potências (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) de negociar com Teerã resultaram em poucos progressos. Dois dias de reuniões neste mês em Istambul terminaram sem nenhum avanço.

Comércio

Comentando questões comerciais, que foram parte das suas discussões com Catherine Ashton, chefe da política externa da União Europeia, Patriota se disse otimista com as negociações para um acordo de livre comércio entre UE e Mercosul.

Relançado em maio após um hiato de seis anos, o processo se destina a criar a maior zona de livre comércio do mundo, com 750 milhões de consumidores – sendo cerca de um quarto deles brasileiros.

"Estou otimista. Reafirmo [o compromisso brasileiro] de trabalhar seriamente para superar os desafios," afirmou.

Europeus e sul-americanos devem apresentar em março, em Bruxelas, as suas propostas tarifárias, e Ashton disse em nota após a reunião com Patriota que ambos "concordaram com a importância de conclusão bem sucedida… das negociações em 2011".

Patriota comentou também as discussões sobre um novo acordo comercial global, que deve ser tema de uma reunião de ministros de Comércio na sexta-feira e sábado em Davos (Suíça), paralelamente à reunião anual do Fórum Econômico Mundial.

Sob a liderança de Dilma, o Brasil pode assumir uma posição mais firme nas discussões comerciais, pelo menos em relação à China, por causa das preocupações que cercam a balança comercial brasileira. As declarações de Patriota pareceram refletir isso.

"Acho que nossa melhor opção é retornar à base de julho de 2008. Sobre esse entendimento acho que podemos fazer avanços muito rápidos", disse ele ao responder sobre qual seria a solução brasileira para o impasse comercial global.

As negociações da chamada Rodada de Doha do comércio global estão paralisadas desde julho de 2008, principalmente por causa de questões agrícolas, interesse crucial do Brasil, e industriais. Negociadores dizem que todas as partes precisariam fazer concessões.

Os Estados Unidos pressionam grandes economias emergentes, como o Brasil, a abrir ainda mais seus mercados, enquanto o Brasil e outros pleiteiam uma liberalização do comércio agrícola e reduções nos subsídios dos países ricos aos seus produtores rurais.

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