Surto de cólera

Brasil enviará ajuda ao Haiti

O Haiti e seus parceiros de ajuda humanitária tentam conter um surto de cólera que matou mais de 150 pessoas e deixou centenas de doentes. "Até agora temos mais de 1.500 casos e o número está aumentando, e há mais de 150 mortes confirmadas", disse em teleconferência o médico Carleene Dei, diretor da missão no Haiti da agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.

O presidente do Haiti, René Préval, confirmou mais cedo que se tratava de um surto de cólera, na maior crise sanitária desde o terremoto devastador de janeiro que matou 300 mil pessoas e devastou o país, o mais pobre do continente.

Essa é a primeira epidemia de cólera no Haiti em um século, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS). As autoridades haitianas do setor de saúde e entidades internacionais estão se empenhando para lidar com o problema. "Agora estamos nos certificando de que as pessoas estejam plenamente informadas sobre as medidas preventivas que devem adotar para evitar a contaminação", disse Préval na capital, Porto Príncipe, depois de se reunir com autoridades governamentais do setor de saúde.

Os sanitaristas estavam aguardando os resultados finais de exames de laboratório para determinar a causa de um repentino surto de diarreia aguda nas regiões de Artibonite e Central, situadas ao norte da capital, devastada pelo terremoto de janeiro.

O governo haitiano notificou mais de 1.500 casos do surto, mas nenhum foi registrado em Porto Príncipe, onde cerca de 1,3 milhão de desabrigados estão morando em acampamentos.

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), escritório regional da OMS, disse que enviou equipes médicas, remédios e água limpa para a região mais atingida pelo surto de diarreia. "Nossa expectativa é de que (os casos) aumentem", disse vice-diretor da Opas, Jon Andrus, em Washington. Ele acrescentou que a vizinha República Dominicana deve ficar alerta para o risco de o cólera atravessar a fronteira.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que técnicos brasileiros do Ministério da Saúde estão em Porto Príncipe, onde treinam agentes sanitários haitianos e ajudam a levantar as necessidades de material médico."Na próxima semana, o Brasil enviará, em voos especiais da FAB, antidiarreicos, sais para reidratação oral e antibióticos, além de luvas e outros materiais descartáveis", disse o Itamaraty em comunicado.

Hospitais lotados

Os hospitais locais estão superlotados de pacientes com diarreia, e as vítimas morrem por causa de uma rápida desidratação, às vezes em questão de horas, segundo as autoridades.

Equipes médicas que ainda estão no Haiti para a operação de ajuda pós-terremoto foram enviadas à região do surto, ao redor da localidade de Saint-Marc, uma zona agrícola que recebeu muitos sobreviventes do terremoto.

Os trabalhadores do setor de saúde estão se empenhando para impedir a disseminação da doença pelos acampamentos espalhados pela capital.

O cólera é uma doença aguda transmitida por meio de água e alimentos contaminados. Ela causa diarreia aquosa e uma desidratação severa, que pode matar em questão de horas se não for tratada.

O chefe do Departamento de Saúde do governo, Gabriel Thimote, disse que as vítimas são de várias idades, mas jovens e velhos aparentemente são mais afetados.

Especialistas dizem que até 80 por cento dos casos de cólera podem ser tratados satisfatoriamente com sais orais de re-hidratação. Água limpa e saneamento básico são cruciais para reduzir o impacto do cólera e de outras doenças transmitidas pela água.

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