O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, pediu durante reunião do agrupamento econômico que “grito dos venezuelanos seja ouvido”
ANSA
O Brasil e a Rússia discordaram nesta sexta-feira, 26, durante uma reunião do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – após o chanceler brasileiro Ernesto Araújo pedir uma resposta ao “grito” do povo venezuelano que quer “liberdade”.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, no entanto, defendeu o direito dos venezuelanos de resolver a atual crise de maneira constitucional e sem a interferência de outras nações. A Rússia e a China são os principais aliados no bloco do governo de Nicolás Maduro, enquanto que o Brasil, os Estados Unidos e mais 50 países reconhecem o líder opositor Juan Guaidó autoproclamado presidente da Venezuela.
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Durante a abertura do encontro, no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, Araújo ressaltou: “não podemos deixar de ouvir um grito que pede liberdade e que vem da Venezuela, do povo venezuelano. (…) Toda a comunidade internacional precisa ouvir esse grito, entende-lo e agir”, acrescentou. Lavrov, por sua vez, defendeu que é preciso usar a lei internacional como uma fundação e apoiar os venezuelanos a chegar a uma solução por eles mesmos, sem interferência de fora.
O chanceler russo ainda ressaltou que as negociações realizadas em Oslo, na Noruega, entre membros do governo de Maduro e a oposição da Venezuela são como “um passo no caminho para encontrar uma solução sustentável” para a crise. Já o chanceler da China, Wang Yi, manteve-se à parte do atrito.
Conselho de Segurança da ONU
No documento final, os chanceleres de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul defenderam o respeito ao direito internacional e a reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), órgão no qual o Brasil pleiteia um lugar permanente.
“Os ministros reafirmaram o compromisso de manter e respeitar o direito internacional, bem como um sistema internacional no qual estados soberanos cooperam para manter a paz e a segurança, para avançar o desenvolvimento sustentável e para garantir a promoção e a proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos. Sublinharam o apoio ao multilateralismo e ao papel central das Nações Unidas nas relações internacionais, e o compromisso de manter os princípios e propósitos consagrados na Carta das Nações Unidas”, destacaram.