Liderada por Rebeca Andrade, que mais uma vez brilhou no salto, equipe brasileira ganhou medalha de bronze, primeira da história do país na disputa coletiva
Gabriel Fontana
Da Redação
O Brasil não ganhou apenas mais uma medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris 2024. Nesta terça-feira, 30, o time feminino da ginástica artística participou da final por equipes e conquistou a primeira medalha da seleção brasileira em Jogos Olímpicos na disputa coletiva, marcando a história do esporte no país.
Na primeira rotação, a equipe brasileira passou pelas barras assimétricas. Flávia Saraiva se machucou ainda no aquecimento e precisou fazer um curativo no supercílio direito. Apesar disso, ela se apresentou e fez 13.666 pontos, bem como Lorrane Oliveira, que teve 13.000 de nota; e Rebeca Andrade, que alcançou 14.533 pontos.
Na sequência, as brasileiras seguiram para um dos aparelhos mais difíceis da ginástica artística: a trave. Julia Soares fez uma bela apresentação, mas caiu e viu sua nota ser reduzida, totalizando 12.400 pontos. Flávia Saraiva e Rebeca Andrade voltaram a performar, fazendo 13.433 e 14.133 respectivamente e encerrando a segunda rotação.
A terceira rotação foi no solo. Mais uma vez, Julia Soares, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade representaram o Brasil, alcançando as pontuações de 13.233, 13.533 e 14.200, respectivamente. A essa altura, o Brasil estava na 6ª colocação, ficando de fora do pódio.
Um salto histórico
A participação da equipe brasileira de ginástica artística se encerrou no salto, aparelho no qual Rebeca Andrade ganhou medalha de ouro nos Jogos de Tóquio 2020. Jade Barbosa foi a primeira e alcançou 13.366 pontos. Depois, foi a vez de Flávia Saraiva, que fez 13.900 pontos.
No último salto, Rebeca Andrade mostrou porque foi a campeã do aparelho na última edição das Olimpíadas. A ginasta alcançou 15.100 pontos, a maior marca do aparelho na tarde desta terça-feira, e conduziu o Brasil à inédita medalha de bronze na ginástica artística. Ainda houve tensão, porque foi necessário aguardar as notas das equipes do Canadá, da Grã-Bretanha, da Itália e dos Estados Unidos, que estavam à frente do Brasil no início da rotação.
Com a divulgação da nota da ginasta britânica Alice Kinsella, foi confirmada a primeira medalha do Brasil na disputa por equipes da ginástica artística. Antes de Paris, o time feminino só havia disputado duas finais, nas Olimpíadas de Pequim 2008 e do Rio 2016. Em ambas as ocasiões, ficou na 8ª posição. A medalha também foi apenas a terceira do país entre as mulheres neste esporte, após as duas conquistadas por Rebeca Andrade em Tóquio 2020.
Outros resultados do dia
Muito antes da alegria com a quarta medalha em Paris, o dia não começou fácil para os brasileiros. Logo cedo, Beatriz Tavares e Lucas Verthein disputaram as quartas de final do skiff simples feminino e masculino da canoagem e não conseguiram a classificação. No judô, Guilherme Schmidt (até 81 kg) e Ketleyn Quadros (até 63 kg) até começaram bem e venceram suas primeiras lutas, mas foram superados na sequência pelo italiano Antonio Esposito e pela francesa Clarisse Agbegnenou, respectivamente.
Outras derrotas aconteceram no hipismo e no boxe. Na modalidade de adestramento individual, o cavaleiro João Victor Oliva não conseguiu a classificação para a final. Já Michael Douglas Trindade (categoria até 51 kg) perdeu para o cubano Alejandro Claro Fiz.
Na quadra, Thiago Monteiro e Thiago Wild foram eliminados do torneio masculino de tênis após perderem para a dupla norte-americana Austin Krajicek e Rajeev Ram. Ainda pela manhã, Wild e Luisa Stefani foram convocados para a disputa por duplas mistas após a desistência dos croatas Mate Pavic e Donna Vekic, mas perderam a primeira partida para os chineses Zhang Zhizhen e Wang Xinyu.
No tênis de mesa, Vitor Ishiy foi derrotado pelo alemão Dimitrij Ovtcharov e deu adeus ao torneio individual masculino. Por outro lado, Hugo Calderano bateu o espanhol Álvaro Robles e avançou para as oitavas de final.
O vôlei de praia também registrou uma derrota e uma vitória nesta manhã. George e André perderam para a dupla cubana formada por Jorge Alayo e Noslen Díaz. Entre as mulheres, Bárbara e Carol Solberg venceram Ainė Raupelyté e Monika Paulikienė, da Lituânia.
Terça também teve outros feitos históricos
No tiro com arco, os dois brasileiros nas disputas individuais venceram. Número 1 do ranking mundial, Marcus D’Almeida bateu o ucraniano Mykhailo Usach na estreia e superou o japonês Fumiya Saito na segunda fase. Já Ana Luiza Caetano derrotou a eslovena Zana Pintaric e a malaia Syaqiera Mashayikh, também avançando às oitavas de final. Com o resultado, a brasileira se garantiu nas oitavas e igualou a melhor participação brasileira na história da modalidade.
Outro feito histórico aconteceu na natação. Beatriz Dizotti disputou os 1.500 metros livre e conseguiu a classificação para a final, que acontecerá nesta quarta-feira, 31. Na disputa dos 100 metros livre, Guilherme Caribé conseguiu se classificar para a semifinal, mas ficou de fora da final. Nicolas James Albiero (200 metros borboleta) e Marcelo Chierighini (100 metros livre), por sua vez, não conseguiram avançar de fase, assim como a equipe masculina do revezamento 4×200 metros livre.
No ciclismo BMX freestyle, Gustavo Oliveira obteve o 8º lugar na fase classificatória e avançou para a final da categoria, a ser disputada na quarta-feira, 31. Também teve classificação na canoagem slalom: Ana Sátila e Pepê Gonçalves avançaram para as semifinais nas disputas individuais feminina e masculina. Já no badminton, Ygor Coelho perdeu para o sul-coreano Jeon Hyeok Jin e foi eliminado.
Quadro de medalhas
Até o momento, o Brasil ocupa a 21ª posição geral das Olimpíadas de Paris 2024 e agora acumula quatro medalhas. As três primeiras foram conquistadas no domingo, 28 de julho, com os judocas Willian Lima, que ganhou prata, e Larissa Pimenta, que ficou com o bronze, e a skatista Rayssa Leal, que também conquistou bronze. O quadro de medalhas é liderada pelo Japão, com sete medalhas de ouro e 13 ao todo, seguido por China (seis medalhas de ouro e 14 no total) e França (cinco medalhas de ouro e 17 ao todo).