A Conferência Episcopal Uruguaia (CEU) divulgou nesta quarta-feira, 30, um comunicado no qual assinalam que o aborto consiste em destruir uma vida humana inocente, algo que "nunca pode acontecer".
O comunicado é uma resposta a uma iniciativa da deputada uruguaia Mónica Xavier, que pretende despenalizar o aborto a pedido até a semana 12 da gestação.
O novo projeto de lei para despenalizar o aborto, vetado no ano 2008 pelo então presidente Tabaré Vásquez, conta com o apoio do atual presidente José Mujica, que disse publicamente que não vetaria a norma se for aprovada pelos senadores.
Sobre este projeto, os bispos uruguaios dizem que "ao preparar-nos à celebração da Páscoa, festa da Vida, golpeia nosso coração de pastores a proposta de uma cultura da morte, da qual é sinal a insistência de alguns a favor do aborto".
O comunicado diz ainda que "a destruição de uma vida inocente nunca pode acontecer. Em uma sociedade que defende os direitos humanos, proclamamos a defesa do direito fundamental à vida dos seres humanos mais indefesos".
Os prelados ressaltam logo que "a morte do mais débil, do inocente, do que tem capacidades diferentes, não é só tirar uma vida, é também cortar uma geração".
"Neste sentido, resulta-nos paradoxal que, enquanto quer alentar o número de nascimentos, ante o inverno demográfico de nossa nação, e se fala de recorrer a cidadãos de outros países para povoar nosso chão uruguaio, promovam-se leis para dizimar nossa população", destaca o comunicado.
Em visto disso, os bispos fazem um novo chamado à consciência do povo e dos governantes para esse importante tema.
"Pensamos que é necessário um esforço de imaginação e de humanidade para encontrar soluções que, ante as gravidezes não desejadas, contemplem as vidas das mães e de seus filhos em gestação", concluem os bispos uruguaios.
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