Após encerrarem a Assembleia de Outono, bispos se disserem preocupados em combater as mudanças climáticas, sobretudo por conta dos mais necessitados
Da redação, com Vatican News
O Cardeal Jean-Claude Hollerich, Presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE, na sigla em inglês) disse ser importante observar se a agenda ecológica da Comissão Europeia não tem efeitos negativos sobre os países mais pobres do mundo.
Em julho de 2019, o Parlamento Europeu elegeu Ursula von der Leyen futura Presidente da Comissão Europeia. Ela imediatamente anunciou que seu principal objetivo seria se concentrar em uma agenda climática ambiciosa para tornar a Europa o primeiro continente neutro em termos de clima até 2050.
O Cardeal Hollerich explicou que a Assembleia de Outono da COMECE, realizada entre os dias 23 e 25 de outubro, foi a ocasião ideal para a Igreja discutir seu papel e trabalhos que serão colocados em prática com a União Europeia em níveis institucionais e políticos.
Ao encerrar a Assembleia, o Cardeal confirmou que a necessidade e a conversão ambiental na Europa e as discussões sobre o Programa Verde do COMECE foram os principais temas debatidos.
O religioso disse que os participantes tiveram o privilégio de ouvir intervenções de representantes da Aliança Mundial pelo Clima, da Cáritas Europa, da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e Solidariedade (Cidse) e da Federação das Famílias Católicas (FAFCE).
“Os bispos ficaram emocionados com o entusiasmo e a competência deles; portanto, fica claro que é algo que devemos monitorar, tanto a ação da UE como a próxima Comissão”, afirmou.
Os mais necessitados não devem pagar por isto
Observando que a próxima Comissão se comprometeu a ser muito ambiciosa no que diz respeito às mudanças climáticas, o cardeal Hollerich disse que o COMECE tem a responsabilidade de incentivar seus membros a “manter essas altas ambições e ao mesmo tempo considerar o restante do mundo”.
“Como pode acontecer, por exemplo, de as emissões de carbono na França se tornarem menores dentro da França, mas se tornarem mais intensas fora da França por causa das indústrias e assim por diante”, explicou.
Assim, disse o cardeal, é dever que os bispos europeus garantam que, sim, a Europa tenha melhores medidas em se tratando das mudanças climáticas e também que os países pobres deste mundo não tenham que pagar por isto.