Refugiados sírios buscam asilo no país após atentados em Paris
Da redação, com Rádio Vaticano
Os bispos dos Estados Unidos pedem para não fechar as portas aos refugiados sírios que buscam asilo no país após os massacres de Paris. A partir de Baltimore, onde eles estão reunidos esta semana para a sua sessão de outono, os bispos condenaram veementemente os ataques e enviaram condolências às famílias das vítimas, mas também expressaram preocupação pelas reações de alguns políticos que pediram o fechamento das fronteiras para os refugiados do Síria, após a notícia da descoberta de um passaporte sírio ao lado do corpo de um dos atentadores.
Os refugiados sírios também fogem do terrorismo
“Estes refugiados também fogem do terrorismo e da mesma violência que atingiu Paris”, declarou em nome da Conferência Episcopal dos Estados Unidos o Presidente da Comissão Episcopal para os Migrantes, Dom Eusebio Elizondo. “Trata-se de famílias extremamente vulneráveis, de mulheres e crianças que partem para salvar suas vidas. Não podemos e não devemos considerá-los culpados pelos atos de uma organização terrorista”.
Não façam de todos os refugiados um bode expiatório
Na declaração Dom Elizondo recorda que os procedimentos para entrar nos Estados Unidos são já muito rígidos e complexos, e que se podem prever eventualmente medidas adicionais, mas não rejeitar a acolhidas a estas pessoas em dificuldade. Daí o apelo às autoridades a “intervirem para pôr fim pacificamente ao conflito sírio e para que os quatro milhões de refugiados possam regressar ao seu país e reconstruir suas casas”, em vez “de usar esta tragédia para fazer de todos os refugiados um bode expiatório”. Uma “grande nação” como os Estados Unidos, conclui a nota, deve “demonstrar liderança para conduzir outros Estados a proteger as pessoas em perigo e pôr fim aos conflitos no Oriente Médio”.
Recuse-se a acolher o estrangeiro ajuda os nossos inimigos
Na mesma linha as considerações apresentadas em uma publicação dos Serviços Católicos de Assistência (CRS), a agência caritativa dos bispos para as ajudas aos países além-mar, que explica em cinco pontos as razões para não “punir” os refugiados sírios pelos ataques de Paris. “Embora as preocupações de segurança sejam legítimas – lê-se no texto – os líderes e os políticos devem compreender que rejeitar a acolher o estrangeiro e não trabalhar em conjunto para resolver a crise dos refugiados só serve a ajudar os nossos inimigos”.