Os bispos do Chile divulgaram um comunicado, intitulado "Educar para paz, desafio para o Chile", no qual lamentam "os violentos episódios ocorridos na capital, Santiago, na noite de terça-feira, 11 de setembro.
Naquela noite, enquanto um pequeno grupo de pessoas comemorava o golpe militar de 1973, gangues de jovens foram protagonistas de numerosas confusões e episódios de violência, nas principais cidades do país, que terminaram com a morte do policial Cristián Vera e vários feridos.
Diante desses fatos, os bispos mostram grande preocupação "pela violência irracional de pessoas que se escondem na escuridão e no tumulto, para ferir, agredir e saquear", pela "delinqüência e o narcotráfico que dominam muitas pessoas, bairros e ruas públicas", e pelo "grande número de agressões e de armas nas mãos de pessoas irresponsáveis, que levam ao caos". São todos sintomas que servem de alerta para o país _ alertam os bispos.
Além disso, o Episcopado constata que a violência "está-se infiltrando nos diversos campos de nossas vidas", dentro das casas e famílias, nas escolas, no ambiente de trabalho, na vida cotidiana de nossas cidades e nos transportes públicos. Para os bispos, é seriamente preocupante essa "predisposição à agressão e à violência".
Concluindo o comunicado, os bispos chilenos lembram palavras do cardeal Raúl Silva Henríquez, falecido em 9 de abril de 1999, por muitos anos arcebispo de Santiago: "Devemos abater o ódio, antes que o ódio envenene e mate a alma do Chile."
A propósito, os Correios do Chile emitiram uma coleção de cinco selos para comemorar o centenário de nascimento do Cardeal Raúl Silva Henríquez, que se celebrará no próximo dia 27 do corrente. A série postal consta de 50 mil unidades, com a imagem do cardeal, e segundo os Correios do Chile, "representam o intenso trabalho que realizou na comunidade, destacando seu trabalho com jovens e a sociedade rural".
Por ocasião do lançamento dos selos, o presidente da Fundação Cardeal Raúl Silva Henríquez, Dom Ricardo Ezzati Andrello, arcebispo de Concepción, anunciou outros atos, para recordar a ação do cardeal, que "viu nos pobres, a riqueza de que ele devia cuidar e para a qual ele tinha que trabalhar" "Acredito que sua mensagem continue sempre atual na nossa sociedade" _ acrescentou o arcebispo.