Estados Unidos

Bispos americanos pedem fim do conflito entre EUA e Cuba

Os bispos dos Estados Unidos pediram ontem, 18, ao Presidente Barack Obama que não desperdice a oportunidade de normalizar as relações com Cuba e aconselharam ambas as partes a buscarem inspiração divina para superar meio século de desconfiança mútua.

A delegação de bispos norte-americanos chegou segunda-feira, 17, a Cuba para uma visita de cinco dias, destinada a supervisionar a reconstrução de igrejas e paróquias danificadas pelos furacões do ano passado na ilha, obras para a qual a Conferência de Bispos dos EUA doou cerca de um milhão de dólares. A Igreja americana vai também financiar a construção de um novo seminário, na periferia de Havana.

Segundo os representantes da Conferência Episcopal, Obama está sendo muito lento na sua promessa de um novo começo para as relações com a ilha. Ao tomar posse, o presidente prometeu relançar as relações com Cuba, e em abril, anunciou a eliminação de restrições para viagens e remessas financeiras de cubano-americanos. Quatro meses depois, no entanto, a medida não foi implementada.

"Nesta conjuntura, há oportunidades e deve-se evitar perdê-las", disse o Bispo de Orlando, Dom Thomas Wenski, a jornalistas em Havana.

"São quase 50 anos de falta de confiança de ambos os lados. É um monte de história para superar. Mas, para o bem de todas as pessoas separadas e de quem sofre por essa separação, esperamos que ambas as partes escutem seus melhores anjos", acrescentou Dom Thomas.

"Temos uma relação histórica muito estreita com Cuba. A Igreja quer impulsionar esta aproximação. O governo de Obama está revisando sua política com Cuba e esta revisão é bastante séria". declarou o Arcebispo de Boston e presidente da delegação, Cardeal Sean O’Malley.

Os EUA romperam relações com Cuba logo depois da revolução que levou Fidel Castro ao poder, abrindo caminho para a implantação do regime comunista que perdura até hoje.

Os bispos dos EUA apóiam a suspensão do embargo comercial imposto em 1962 por Washington a Cuba, mas Obama diz que manterá as sanções para tentar forçar Havana a se democratizar e melhorar a situação dos seus direitos humanos.

"Na medida em que possamos ser uma ponte entre os que historicamente não foram capazes de falar entre si, podemos descongelar algumas dessas relações", disse o diretor de Doações para a América Latina da Conferência, Andrew Smal.

O presidente cubano, Raúl Castro, respondeu neste mês que está disposto a conversar, mas sem pré-condições nem concessões ideológicas. Nestes dias, o presidente do Parlamento, Ricardo Alarcón, deve receber a delegação católica norte-americana.

Cuba é um país majoritariamente católico, mas durante várias décadas, o regime comunista impôs uma série de restrições à prática religiosa, e as relações com a Igreja ficaram tensas. A visita do Papa João Paulo II à ilha, em 1998, marcou o início de uma era de abertura recíproca.

Para o bispo de Orlando , a situação atual "é melhor do que já foi, mas ainda não é o que poderia ser".

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