Liberdade religiosa

Bispo ortodoxo agradece Bento XVI por defender cristãos

“Somos muito, muito gratos por tudo aquilo que faz o Papa Bento XVI por todos os cristãos do Oriente Médio: ele convocou o Sínodo especial para o Oriente Médio, ajuda nossa comunidade, se faz porta-voz diante da comunidade internacional para proteger os nossos fiéis em todo o Oriente Médio”, enfatizou o bispo da diocese copta-ortodoxa de São  Jorge de Roma, monsenhor Barnaba El Soryany, em entrevista à Rádio Vaticano, nesta sexta-feira, 7.

As Igrejas orientais que seguem o calendário juliano celebram nesta sexta-feira, o Santo Natal. Aos irmãos e irmãs dessas comunidades, Bento XVI expressou, na quinta-feira, 6, depois do Ângelus, os seus mais fervorosos cumprimentos. “A bondade de Deus reforça em todos a fé, a esperança e a caridade, e dá conforto as comunidades que passam por provações”, disse.

O Núncio Apostólico no Egito e delegado da Santa Sé para a Liga Árabe, Michael Louis Fitzgerald, destacou que o Papa não encoraja “interferências nos assuntos internos de um Estado”, mas pede a todos, “indivíduos e governantes”, o respeito a crença e a prática religiosa das diferentes comunidades “para promover uma sociedade harmoniosa e pacífica”.

Em nota publicada, nesta sexta-feira, em diversos jornais de língua árabe, o Núncio também definiu como “um gesto de morte” o atentado à igreja copta de Alexandria.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, referindo-se em particular às tragédias durante a passagem de ano no Egito, afirmou que a série de ataques contra os cristãos “parece, cada vez mais, um plano maléfico de limpeza religiosas no Oriente Médio”.

No desejo por um ano sereno e tranquilo, monsenhor Barnaba El disse que juntos os cristãos do mundo elevam a voz num pedido de paz.  “A nossa mensagem, este ano, é: Chega de violência! Chega de terrorismo! Chega de sangue!”, enfatizou.

Sob esquema de segurança

Mas os temores não pararam os fiéis ortodoxos. As celebrações natalinas foram realizadas, em vários países, com várias medicas de segurança para evitarem possíveis ataques. No Oriente Médio, fiéis foram escoltados por militares. No Iraque, na cidade de Mossul, as forças de segurança encontraram várias armas e alguns cinturões carregados de explosivos perto de uma igreja ortodoxa.

Também na Europa, policiais e agentes guardavam as entradas dos locais de cultos, alertados pelas ameaças de fundamentalistas ligados à Al Qaeda.   

No Egito, particularmente, a comunidade de Copta participou, das celebrações e da vigília, na noite de quinta-feira, sob um forte esquema de segurança. O Papa de Alexandria e Patriarca do Episcopado de São Marcos, Shenouda III, recordou, em sua homilia, as 23 vítimas fatais do atentado de Ano Novo e todos os cristãos assassinados em nome da fé em seus países.

No Egito, muitos fiéis muçulmanos participaram das comemorações natalinas para demonstrar solidariedade às vítimas da comunidade Copta.

Medidas de segurança também foram tomadas na Rússia. O Patriarca de Moscou e de toda Rússia, Kirill celebrou, na noite de quinta-feira, a tradicional liturgia da vVigília na Capela de Cristo Salvador contando com a presença de milhares de pessoas, entre elas, o presidente da federação russa, Dimitri Medvedev.

Na homilia, o Patriarca russo disse que Deus, em resposta aos orações, “entra na vida do homem, pega-o pela mão, fortalece a mente, a alma e o corpo”. E o Patriarca concluiu dizendo que o homem “precisa da ajuda de Deus, do Seu amor e da Sua misericórdia”.

Diálogo entre as Igrejas

O diálogo entre católicos e ortodoxos existe desde 1973, marcado pelo encontro do Papa ortodoxo Shenouda e do Papa Paulo VI, no Vaticano. “Demos passos importantes e vejo que entre as Igrejas, agora, graças a Deus, fazemos tantas coisas e esperamos ir a diante com esse diálogo”, destaca o bispo ortodoxo Barnaba El Soryany.

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