Dom Ilídio Leandro comenta documento do Papa sobre o amor nas famílias, que completa um ano agora em abril
Agência Ecclesia
O bispo de Viseu, Portugal, Dom Ilídio Leandro, considera que a exortação apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco, sobre o amor na família, abriu caminho a uma nova “pedagogia” no que diz respeito à relação entre a Igreja Católica e as famílias.
Em um texto publicado hoje na nova edição do Semanário Ecclesia, dedicado ao primeiro aniversário da ‘Amoris Laetitia’, que será em 8 de abril, Dom Ilídio destaca um documento que aponta elementos suficientes para caraterizar a família e a estudar, acompanhar e apoiar de forma nova.
“Perante as dificuldades atuais com as quais as famílias se debatem, (a Amoris Laetitia) tem encontrado e proposto caminhos que, concretizados em cada uma das Igrejas Particulares vão, certamente, dar frutos”, realça o prelado.
Na origem desta exortação apostólica do Papa Francisco, apresentada publicamente em 8 de abril de 2016, estiveram as assembleias do Sínodo dos Bispos que a Igreja Católica dedicou aos desafios das famílias, em 2014 e 2015.
“Estando todo o documento baseado na fé da Igreja, o Papa quer apresentar, na sua perfeição, a doutrina da mesma Igreja, dando razões e motivações para o seu pleno e perfeito cumprimento”, explica Dom Ilídio, destacando também algumas das principais ideias que são desenvolvidas na exortação.
Em primeiro lugar, o desafio a uma Pastoral Familiar mais efetiva e abrangente, que tenha em conta áreas como a preparação para o matrimônio, o acompanhamento dos casais jovens, o apoio à família na transmissão da fé e a maior integração eclesial dos divorciados a viver em nova união.
“Fruto da sua experiência, o Papa insiste em todo este caminho numa metodologia pastoral: esta começa na relação próxima com as pessoas, como elas são, nunca se negando o ideal a atingir”, salienta o bispo de Viseu.
No campo das situações consideradas mais irregulares ou fraturantes, que digam respeito a pessoas divorciadas ou recasadas ou a viverem em união de fato, por exemplo, o responsável católico realça a tônica colocada por Francisco em palavras-chave como “acompanhamento, apoio e integração”.
“Os pastores e demais colaboradores neste ministério são chamados a formar a consciência dos próprios e dos casais, nunca a substitui-la. Este serviço faz-se compreendendo, consolando e integrando, sem impor ‘leis’ que, não compreendidas nem aceites, são imposição a rejeitar”, esclarece o bispo.
A exortação ‘A alegria do amor’ tem motivado diversas reflexões dentro da Igreja Católica em Portugal, inclusive por parte dos bispos do centro do país, “que desde há muitos anos se reúnem mensalmente” para abordar questões relacionadas com o trabalho junto das comunidades.
No seu texto, publicado esta sexta-feira, o bispo de Viseu mostra-se convencido de que todo este trabalho a partir do documento permitirá converter as “propostas e diretrizes” do Papa Francisco “em linhas renovadoras da Pastoral Familiar”.
“Muito se espera do acolhimento que a Igreja faça das intuições, reflexões e propostas presentes nesta Exortação, contribuindo para que cristãos carenciados da graça do Senhor possam encontrar a Fonte da Misericórdia, para eles aberta e acessível na Igreja pelo próprio Senhor da Igreja”, concluiu.