Igreja

Bispo comenta Motu Proprio do Papa sobre o Ministério de Catequista

Ministério de Catequista foi instituído pelo Papa Francisco nesta terça-feira, 11

Denise Claro
Da redação, com colaboração de Elane Gomes

O Ministério de Catequista foi instituído pelo Papa Francisco nesta terça-feira, 11. A decisão foi divulgada através do Motu Proprio “Antiquum ministerium”. O documento foi assinado nesta segunda-feira, 10, memória litúrgica de São João de Ávila.

O bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Carlos Lema, explica que o título do documento faz referência ao “antigo ministério” do catequista e que, desde o início do cristianismo, os primeiros cristãos transmitiam a sua fé aos seus conhecidos, colegas e familiares. 

“Nós encontramos nas Sagradas Escrituras, por exemplo, cenas muito interessantes como a do Diácono Filipe, que encontra numa carruagem o ministro da Rainha da Etiópia, que estava lendo em voz alta o livro de Isaías. Ele pergunta: ‘Você está entendendo o que você lê?’; e ministro responde: ‘Como é que eu posso entender se ninguém me explica?’. O convidou para entrar, subir na carruagem e, durante o caminho, Filipe foi explicando que aquela cena de Isaías se referia a Jesus Cristo. No percurso daquele caminho, quando encontraram uma corrente de água, aquele homem pediu para ser batizado. Aquela foi a primeira aula de catecismo que a escritura nos conta.”

O bispo lembra que também leigos faziam isso, como Áquila e Priscila, nos Atos dos Apóstolos. Há o episódio em que eles encontram um homem muito culto chamado Apolo, e o anunciaram o Reino de Deus. 

“Assim o cristianismo cresceu, e foi chegando a todas as nações. Quando os cristãos comentam o Evangelho, explicam a Boa Nova, falam de Jesus vivo e ressuscitado, falam do amor do Reino dos Céus.”

Oficialização

Dom Carlos Lema afirma que o Papa formaliza, agora o ofício do catequista, concedendo um Ministério. 

“O bispo da diocese ou o pároco vai acolher esses catequistas, nomeá-los formalmente, e mediante um rito vai instituí-los formalmente no cumprimento do seu ministério.”

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Papel do Leigo

O bispo lembra que ser catequista faz parte da vocação do cristão. A Lumen Gentium, no capítulo 5, traz a maior novidade do Concílio para a Igreja do tempo atual, a vocação universal do fiel dentro da Igreja. Afirma que todos são chamados a ser santos, pessoas que vivem as virtudes, e chamados a ser apóstolos, dar testemunho da fé. 

“Não apenas de uma maneira formal, como acontece nas Igrejas, nas aulas de catecismo, mas no meio do mundo. Aliás, esse é o papel genuíno do leigo: santificar o mundo, transmitir essa fé no meio do mundo. A Igreja só vai chegar a determinados locais se for através dos leigos.”

Dom Lema lembrou que, hoje em dia, isso é ainda mais necessário, porque as pessoas não estão indo às Igrejas. Não somente na pandemia, mas antes mesmo isso já podia ser observado. 

“A Igreja só vai atingir a esses através dos testemunhos dos leigos. Este documento do Papa chega em boa hora, porque nos lembra que todos somos responsáveis pelo testemunho da fé. Eu diria que não deve passar uma semana sequer sem que nós tenhamos falado de Deus para alguém. Tomar a iniciativa, porque a fé não deve ser guardada para nós mesmos”. 

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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