Ângelus

Bento XVI volta a pedir, neste domingo, o desarmamento nuclear

Diante de uma pequena multidão de fiéis que se reuniram no pátio do Palácio Pontifício de Castelgandolfo, o Papa Bento XVI voltou a pedir o desarmamento nuclear, antes da recitação do Ângelus, ao meio-dia, recordando o cinqüentenário da Agência Internacional para a Energia Atômica, organismo da ONU que vigia contra a proliferação das armas nucleares.

Também, no último Domingo, antes da recitação do Ângelus na Praça de Lorenzago di Cadore, o Papa tinha recordado que no dia 1º de Agosto, há 90 anos atrás, Bento XV, do qual, também por este motivo, Joseph Ratzinguer quis assumir seu nome como Papa, dirigiu-se aos países beligerantes na primeira guerra mundial, para recordar que a guerra traz somente massacres inúteis. Um apelo que Bento XVI fez seu também hoje.

"Hoje ocorre o 50º aniversário da entrada em vigor do Estatuto da AIEA –a Agência Internacional para a Energia Atômica, instituída com o mandato de solicitar a aumentar o contributo da energia atômica para as causas da paz, da saúde e da prosperidade no mundo inteiro (art. II do Estatuto). A Santa Sé, salientou depois Bento XVI, aprovando plenamente as finalidades de tal Organismo, é seu membro desde a sua fundação e continua a sustentar a sua atividade".

"As mudanças de época verificadas nos últimos 50 anos evidenciam como, na encruzilhada difícil na qual a humanidade se encontra, que é cada vez mais atual e urgente o empenho no sentido de encorajar a não-proliferação de armas nucleares, promover um progressivo e concordado desarmamento nuclear e favorecer o uso pacífico e seguro da tecnologia nuclear para um desenvolvimento autêntico, respeitoso do ambiente e sempre atento às populações mais prejudicadas", disse ainda o Papa.

"Portanto faço votos de que cheguem a bom termo os esforços daqueles que trabalham, com determinação, para alcançarem estes três objetivos, para fazer com que os recursos assim poupados possam ser destinados para projetos de desenvolvimento em benefício de todos os habitantes e, em primeiro lugar, dos mais pobres. (Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2006, n.º 13). De fato é bom reafirmar também nesta ocasião como 'à corrida aos armamentos se deve substituir um esforço comum no sentido de mobilizar os recursos para objetivos de desenvolvimento moral, cultural e econômico, definindo de novo as prioridades e escalas de valores'".

E fez o convite de que todos confiem "de novo à intercessão de Maria Santíssima a nossa oração pela paz, em particular para que os conhecimentos científicos e técnicos sejam sempre aplicados com sentido de responsabilidade e para o bem comum, no respeito pleno dos direitos internacional. Rezemos para que os homens vivam em paz, e se sintam todos irmãos, filhos do único Pai: Deus".

Neste Domingo Bento XVI não quis esquecer os reféns coreanos no Afganistão, salientando que entre os grupos armados se vai difundindo a praxe de instrumentalizar pessoas inocentes para reivindicar coisas particulares.

"Trata-se de graves violações da dignidade humana, que contrastam com todas as normas elementares de civilização e de direito, e ofendem gravemente a lei divina. Dirijo o meu apelo para que os autores de tais atos criminais desistam do mal feito e restituam incólumes as suas vitimas", conclui.

Depois da recitação do Ângelus, na saudação em francês o Papa convidou a pedir a paz para aqueles que sofrem a guerra, a liberdade para os reféns e a saúde para os doentes.

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