A visita do Papa a Nápoles ajudará a que desapareça o sentimento de desorientação ante os abundantes problemas sociais, afirma o cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo da cidade.
O Santo Padre inaugurará o XXI Encontro Internacional Inter-religioso pela Paz, promovido pela Comunidade de Santo Egidio.
A cidade dará as boas-vindas a mais de trezentos líderes de diferentes religiões, provenientes de cerca de setenta países, que participarão de mesas redondas e outras iniciativas programadas para este Encontro Inter-religioso, querido há vinte e um anos por João Paulo II, e celebrado pela primeira vez em Assis.
O Papa visitará, na tarde de 21 de outubro, a catedral da cidade e em especial a Capela do Tesouro de São Genaro, para orar ante as relíquias desse santo mártir, que rcebe em Nápoles de um fervoroso culto, como «ato de homenagem à história de fé e devoção de nosso povo», disse o cardeal Sepe.
Para favorecer a preparação do evento, os departamentos da diocese pensaram no material, e programaram encontros semanais de catequese bíblica para estudar os temas do primado petrino e da comunhão da Igreja com o vigário de Cristo; organizaram também congressos sobre o significado e a importância da visita papal.
Entre os objetivos pastorais, o purpurado sublinha a necessidade de aprofundar na forma pastoral de nossa fé, a partir da centralidade da pessoa humana.
Sobre a relação entre a Igreja e os jovens, protagonistas, entre outras coisas, da preparação espiritual da visita do Papa, o cardeal Sepe sublinha a urgência de dar a eles uma formação humana e espiritual e neste projeto é preciso integrar os esforços por criar um centro juvenil em cada paróquia.
Por esta razão, foi organizada na véspera uma Vigília de Oração com cantos, música e momentos de testemunho e reflexão, denominada "De praça em praça… eu o anuncio", em uma das áreas periféricas da cidade, na Igreja dos Santos Pedro e Paulo em Ponticelli.
Eleito há pouco mais que um ano como arcebispo de Nápoles, o cardeal Sepe recorda que quis entrar na diocese partindo de Scampia, um dos bairros mais degradados e problemáticos, cenário também das vinganças entre grupos da Camorra (máfia napolitana), para lançar um sinal de esperança, claro e inequívoco, para superar toda possível forma de frustração e desânimo. O evento servirá para dar um "salto moral e cultural que a cidade precisa" e fará de Nápoles um centro importante no diálogo ecumênico e inter-religioso. Para concluir, diz o cardeal Sepe, «queremos voltar a partir do ensinamento de Bento XVI […]; queremos voltar a começar com uma nova esperança e não dissipar as energias, não deixar-nos levar por atitudes e sensações de desorientação, de confusão e de pessimismo, para compartilhar ‘juntos’ a grande responsabilidade de criar um futuro melhor.