Visita Papal

Bento XVI visita Biblioteca Apostólica do Vaticano

Bento XVI visitou esta manhã a Biblioteca Apostólica do Vaticano, que daqui a poucas semanas, no dia 14 de Julho, será encerrada por um período de cerca de três anos, por causa de trabalhos de restauro e consolidação.

O Papa classificou este espaço como uma "acolhedora casa de ciência, de cultura e de humanidade, que abre as portas a estudiosos provenientes de todas as partes do mundo, sem distinção de proveniência, religião e cultura”.

Discurso de Bento XVI na Biblioteca do Vaticano

"Acolhedora casa de ciência, de cultura e de humanidade, que abre as portas a estudiosos provenientes de todas as partes do mundo, sem distinção de proveniência, religião e cultura”: foi com estas palavras que Bento XVI definiu a Biblioteca Apostólica do Vaticano, ao visitá-la, nesta segunda-feira de manhã. Ao Papa foi exposto o plano dos trabalhos de reestruturação que ali estão para ter início, implicando o encerramento por um período de três anos.

Agradecendo a todos os que trabalham nesta importante instituição cultural da Santa Sé, assim como no Arquivo Secreto do Vaticano pelo “singular serviço” que prestam “à Igreja e em especial ao Papa”, Bento XVI recordou que estão chamados a “conservar a síntese entre cultura e fé”, com “humilde e quase escondido empenho quotidiano”.

O Papa evocou a “sapiente largueza de vistas” de Leão XIII, ao predispor, em 1881, a consulta, da parte de estudiosos, do “Arquivo Secreto do Vaticano”, que passou assim a constituir um “ponto de referência para inteiras gerações de historiadores e mesmo das próprias Nações europeias”: Recordou ter ele próprio decidido estender a abertura deste Arquivo à investigação ao pontificado de Pio XI, o que suscitou já um florescer de estudos e publicações, de interesse sobretudo histórico. Reconhecendo que tal suscitou por vezes polémicas, Bento XVI elogiou a atitude de total equidade e serviço da parte desta instituição da Sé Apostólica:

A este propósito, não posso deixar de louvar a atitude de serviço desinteressado e equânime prestado pelo Arquivo Secreto Vaticano, mantendo-se alheio a estéreis e muitas vezes débeis visões históricas de parte, oferecendo aos investigadores, sem preclusões ou preconceitos, o material documentário em sua posse, ordenado com seriedade e competência.

O Papa referiu com satisfação “os sinais de apreço e estima” (em relação ao Arquivo Secreto e à Biblioteca Apostólica), que chegam de variadas proveniências, “da parte de Institutos culturais e de estudiosos de diversas nações”. “É o melhor reconhecimento” que se pode esperar, observou. Bento XVI confidenciou que teria desejado, a partir dos seus setenta anos, dedicar-se ao “estudo e à investigação de interessantes documentos” conservados no Vaticano, “verdadeiras obras-primas que nos ajudam a percorrer de novo a história da humanidade e do Cristianismo”.

Nos seus desígnios providenciais o Senhor estabeleceu outros programas para a minha pessoa, e eis-me aqui hoje … como Pastor chamado a encorajar todos os fiéis a cooperar na salvação do mundo, realizando cada um a vontade de Deus ali onde o Senhor nos põe a trabalhar.

Dirigindo-se de novo directamente a todos os que trabalham na Biblioteca Apostólica e no Arquivo Secreto do Vaticano, desenvolvendo a sua “vocação cristã em contacto com ricos testemunhos de cultura, ciência e espiritualidade, o Papa concluiu com uma recomendação:

Exorto-vos a considerar sempre este vosso trabalho como uma autêntica missão a realizar com paixão e paciência, cortesia e espírito de fé. Preocupai-vos em oferecer sempre uma imagem acolhedora da Sé Apostólica, consciente de que a mensagem evangélica passa também através do vosso testemunho evangélico coerente.

O próprio Papa anunciou, nesta circunstância, a nomeação do Cardeal Jean-Louis Tauran, até agora Arquivista e Bibliotecário da Santa Igreja Romana, como Presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso (a partir de Setembro próximo), sendo substituído por Mons. Raffaele Farina, até agora Prefeito da Biblioteca Apostólica do Vaticano. Sucede-lhe Mons. Cesare Pasini, que era Vice-Prefeito da Biblioteca Ambrosiana.

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